Grupo de direitos humanos denuncia 150 mortos em ataque miliciano na Etiópia

Relatos de moradores da região apontam ataque do Exército de Libertação Oromo, uma milícia armada local

A Comissão Etíope de Direitos Humanos afirmou nesta quinta-feira (26) ter recebido relatos de moradores da região de Orômia de que cerca de 150 pessoas foram assassinadas há uma semana em um suposto ataque do Exército de Libertação Oromo (OLA, na sigla em inglês), milícia armada que o governo da Etiópia classificou como terrorista neste ano. As informações são da Associated Press (AP).

Rebeldes do Exército de Libertação de Oromo (Foto: Jonathan Alpeyrie/Wikimedia Commons)

A entidade alega que os assassinatos em East Wollega, ocorridos em 18 de agosto, foram seguidos por um ataque de represália no dia seguinte que deixou mais 60 mortos.

De acordo com a comissão, o primeiro ataque ocorreu um dia após as forças de segurança em serviço na área terem sido retiradas. A entidade pediu uma investigação sobre a motivação do ato.

Um porta-voz do OLA, Odaa Tarbii, em uma publicação no Twitter, definiu as acusações contra o grupo armado como “uma distorção grosseira dos fatos” e disse que os combates na região são fruto de um conflito étnico entre os povos Amhara e Oromos, as mais populosas etnias da Etiópia.

Nesta semana, a Associação Amhara da América informou que pelo menos 135 pessoas do povo Amhara foram mortos e centenas de casas foram destruídas durante o ataque cometido por “supostos membros das milícias OLA”.

Por que isso importa?

A violência étnica é um grande desafio para o primeiro-ministro etíope, Abiy Ahmed, que também está lidando com um conflito crescente que se espalhou da região norte do país de Tigré para as vizinhas Amhara e Afar.

Faltam energia elétrica, recursos e combustível para auxiliar famílias afetadas pelo conflito, de acordo com a ONU (Organização das Nações Unidas). As linhas de internet e telefonia também foram cortadas pelo governo federal – tática para suprimir protestos.

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