Grupo ligado ao EI é acusado de ataque que matou ao menos nove na RD Congo

Forças Democráticas Aliadas teriam matado civis e incendiado uma clínica na província de Kivu do Norte, no leste do país africano

Uma ação atribuída à ADF (Forças Democráticas Aliadas, da sigla em inglês), organização paramilitar que se diz associada ao Estado Islâmico (EI), terminou com a morte de ao menos nove pessoas e com uma clínica médica incendiada no leste da República Democrática do Congo (RDC), na quinta-feira (7). As informações são do site The Defense Post.

De acordo com Kasereka Ise Mighambo, prefeito de Lume, na província de Kivu do Norte, os rebeldes entraram na cidade durante a noite, incendiaram a clínica e mataram quatro pacientes. Quando se retiravam em direção ao Parque Nacional de Virunga, reserva florestal agora infestada por extremistas, mais nove civis foram mortos.

Os dados sobre o número de baixas, entretanto, são conflitantes. Assim como o prefeito, uma enfermeira que trabalha na clínica atacada e que se identificou como Kule Bwengue também diz que a equipe local contou 13 vítimas. Já Antony Mualushayi, porta-voz do exército congolês, falou em nove mortos, entre eles três crianças.

Militares da operação de paz da ONU prestam apoio a civis em meio a aumento da violência em Kivu do Norte, RD Congo, abril de 2021 (Foto: Reprodução/Twitter/Monusco)
Por que isso importa?

A ADF é uma organização paramilitar originária de Uganda acusada de estar por trás de milhares de mortes nos últimos anos. O grupo nasceu em 1995, como oposição ao presidente Yoweri Museveni, e tem atuando majoritariamente em áreas remotas. Com o tempo, a facção ultrapassou a fronteira e passou a agir também na RD Congo.

O grupo foi colocado na lista de sanções financeiras por Washington, classificado como terrorista, e declarou publicamente ser um braço do Estado Islâmico (EI), que por sua vez assumiu a responsabilidade por alguns de seus ataques.

A ADF é acusada de realizar massacres, sequestros e saques, com um número de mortos estimado em milhares. No começo de maio de 2021, o governo congolês decretou lei marcial em Kivu do Norte e na província vizinha de Ituri, de modo a estancar a violência atribuída aos rebeldes. Porém, o número de civis mortos só cresceu.

Cerca de três meses depois, em agosto do ano passado, o atual presidente congolês Felix Tshisekedi declarou que forças especiais dos Estados Unidos seriam enviadas à região a fim de estudar a viabilidade de instalação de uma unidade antiterrorismo para o enfrentamento da violência islâmica.

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