Impacto da crise climática impulsiona alta de deslocados em Moçambique 

País acolhe cerca de 25 mil refugiados e candidatos a asilo e tem mais 850 mil deslocados internos pela violência e por fenômenos climáticos

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Os números atualizados de deslocados internos em Moçambique tendem a aumentar, segundo o Alto-comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (Acnur). O país acolhe cerca de 25 mil refugiados e candidatos a asilo e tem mais 850 mil deslocados internos devido à violência de grupos armados não estatais e ao impacto arrasador da crise climática. 

Em 2023, Moçambique foi assolado pelo ciclone tropical Freddy em fevereiro e março. O desastre ocorreu um ano após o ciclone tropical Gombe. 

A agência da ONU atua com o governo e parceiros para salvar vidas e dar assistência aos refugiados, candidatos a asilo, deslocados internos, bem como às comunidades anfitriãs. 

Dados do Acnur indicam quem nos últimos meses, pelo menos 571.468 pessoas regressaram às suas áreas de origem. Muitas delas carecem de serviços e vivem em condições precárias. 

No norte do Moçambique, 850 mil pessoas foram obrigadas a abandonar suas regiões devido aos efeitos da ação de grupos terroristas

Alagamento causado pela tempestade tropical Ana em Moçambique (Foto: Unicef)
Fenômenos meteorológicos extremos 

Cerca de 21% dos desalojados movimentaram-se por causas relacionadas ao clima, na sequência dos impactos de fenômenos meteorológicos extremos.  

Estatísticas indicam que 45% dos deslocados vivem em locais de realojamento, com 55% em comunidades de acolhimento. Cerca de 51% do total das pessoas forçadas a se deslocar são mulheres e crianças. 

A agência sublinha que todos os movimentos de regresso, de refugiados ou de deslocados internos, devem ocorrer de forma previamente planejada, segura, voluntária e digna. 

O Acnur incentiva a inclusão de todos os refugiados e deslocados internos nos serviços e sistemas nacionais, incluindo sistemas de dados nacionais e planejamento e resposta de contingência relacionados ao clima.  

No ano passado, a agência recebeu apenas 51% dos US$ 47,5 milhões que precisava para operar em Moçambique.   

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