Vinte e uma pessoas foram presas por envolvimento no suposto plano para assassinar o presidente de Madagascar, Andry Rajoelina, informou neste domingo (1°) Berthine Razafiarivony, procurador-geral do Tribunal de Apelações. As informações são da agência Reuters.
“As evidências materiais nas mãos dos investigadores são tangíveis e permitiram identificar os principais instigadores da operação”, disse Razafiarivony.
Doze militares foram detidos: cinco generais do exército e da polícia, dois capitães e cinco oficiais subalternos. As identidades não foram reveladas. Completam a lista de acusados quatro estrangeiros e cinco civis, alguns dos quais estavam sendo mantidos sob custódia policial.
De acordo com a Procuradoria-Geral, foram confiscados diversos materiais durante as investigações, como um rifle, dinheiro, veículos, telefones e computadores, segundo jornais locais.
Um dos documentos confiscados continha um “plano estratégico, político e operacional” para eliminar cinco altos funcionários do governo e, assim, derrubar o Executivo e assumir o poder, revelou Razafiarivony.
Seis pessoas, entre elas um cidadão francês, já haviam sido presas no dia 20 de julho por suspeita de envolvimento na conspiração.
No dia 26 de junho, quando o país comemorava sua Independência, as forças de segurança nacionais disseram ter frustrado uma tentativa de assassinato contra o general Richard Ravalomanana, braço direito de Rajoelina.
Golpe e pobreza
Madagascar tem vasto histórico de conflitos políticos. Rajoelina tomou o poder pela primeira vez na antiga colônia francesa em um golpe de Estado em março de 2009, destituindo Marc Ravalomanana. A ilha no Oceano Índico tinha à época cerca de 26 milhões de habitantes e vivia situação de pobreza extrema.
Rajoelina permaneceu à frente de um governo de transição até 2014. Nas eleições de 2018, Ravalomanana desafiou o atual mandatário, perdeu a disputa eleitoral e acusou fraude no pleito.