OMS condena ataque ‘chocante’ a hospital de referência no cuidado materno em Darfur

Hospital Maternidade Saudita continua funcionando, apesar das 'condições terríveis' em função do ataque que deixou mortos e feridos

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Ghebreyesus, considerou “chocante e assustador” o ataque às únicas instalações médicas que prestavam assistência médica materna e infantil na área de El Fasher, no Sudão.

O Hospital Maternidade Saudita continua funcionando na prestação de cuidados vitais, apesar das “condições terríveis” na sequência do ato que deixou vítimas fatais e feridos, incluindo uma farmacêutica que estava de plantão noturno.

Proteção de mães e bebês

Tedros destacou nas redes sociais “a dedicação de equipe operando na instituição” e prestou solidariedade àqueles que perderam entes queridos no ataque do início do fim de semana na cidade de Darfur, agora o epicentro da guerra civil. 

Agências de notícias citam as autoridades de saúde em Darfur como tendo relatado que o número de afetados em El Fasher subiu para mais de 260 mortes e acima de 1,5 mil feridos na mais recente onda de combates que começou em maio. 

Diretor-geral da OMS durante discurso em assembleia geral virtual (Foto: OMS/Reprodução)

O governador de Darfur do Norte pediu a destruição da artilharia das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) que estão que bombardeando a capital do estado, de acordo com os relatos das agências. 

Ghebreyesus pediu a “proteção de mães e bebês em todos os momentos” e que seja garantido todo acesso aos cuidados de saúde na área. Ele considerou que os profissionais de saúde devem ter a capacidade de trabalhar em segurança.

Impacto do conflito sobre civis

Os confrontos entre as Forças Armadas do Sudão e as RSF eclodiram em abril de 2023 na capital sudanesa Cartum. Mais de um ano depois, milhares de pessoas estão à beira da fome e prosseguem confrontos por El Fasher aumentando o potencial de agravar a pobreza.

Para ilustrar a piora da crise humanitária e o impacto do conflito sobre civis, o Escritório da ONU para Assistência Humanitária, Ocha, destacou que até 143 mil pessoas podem ter sido deslocadas em três meses.

O Sudão tem atualmente 11 milhões de deslocados internos, o equivalente a uma em cada cinco pessoas no país. Estima-se que 7,3 milhões deles foram desalojados somente desde meados de abril de 2023 na nação africana.

Durante os primeiros quatro meses deste ano, calcula-se que 125 parceiros forneceram assistência humanitária a mais de 5,2 milhões de pessoas em todo o território sudanês.

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