OMS confirma na Suécia o primeiro caso da nova cepa de mpox fora da África

Segundo especialista, o registro dessa infecção provavelmente significa que existem outras ainda não detectadas no continente europeu

A Organização Mundial de Saúde (OMS) confirmou na quinta-feira (15) o primeiro caso da nova cepa de mpox, ou varíola M, registrado fora da África. A infecção foi identificada na Suécia logo após a entidade declarar a doença uma emergência de saúde pública de interesse internacional. As informações são da agência Reuters.

“O surgimento de um caso no continente europeu pode estimular a rápida disseminação internacional da mpox”, disse Lawrence Gostin, especialista em saúde pública e professor da Universidade Georgetown, em Washington, nos EUA. “Um caso na Suécia provavelmente significa dezenas de casos não detectados na Europa.”

A opinião é compartilhada pelo Dr. Brian Ferguson, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. “Provavelmente haverá mais casos aqui e em outras partes do mundo, pois atualmente não há mecanismos para impedir a ocorrência de casos importados de mpox”, afirmou.

Diretor-geral da OMS durante discurso em assembleia geral virtual (Foto: OMS/Reprodução)

A agência de saúde pública da Suécia, citada pela revista Newsweek, afirmou que uma pessoa procurou atendimento na região de Estocolmo e foi diagnosticada com a variante do clado I, o primeiro episódio do tipo fora do continente africano.

“Neste caso, uma pessoa foi infectada durante uma estadia na parte da África onde há um grande surto de mpox clado I. A pessoa na Suécia cuja infecção foi confirmada recebeu cuidados e regras de conduta”, disse o órgão governamental sueco.

“Muito preocupante”

O principal foco global da doença continua sendo a República Democrática do Congo (RDC), mas foi o fato de ela atingir um número crescente de nações africanas que levou a OMS a declarar uma emergência de saúde pública de interesse internacional.

“O surgimento de um novo clado de mpox, sua rápida disseminação no leste da RDC e o relato de casos em vários países vizinhos são muito preocupantes. Além dos surtos de outros clados de mpox na RDC e em outros países da África, está claro que uma resposta internacional coordenada é necessária para interromper esses surtos e salvar vidas”, disse o diretor-geral da agência, Tedros Adhanom Ghebreyesus.

Na RDC foram registrados 27 mil casos e mais de 1,1 mil mortes desde que o surto teve início, em janeiro de 2023, segundo a Reuters. Neste ano, o país concentra 96% de todos os casos do continente africano e viu um aumento de 160% no número de infecções em relação ao mesmo período em 2023, conforme relato da Newsweek. Já as mortes aumentaram 19% na comparação com o ano anterior.

Neste momento, a OMS diz que combate o problema disponibilizando equitativamente “vacinas, tratamentos, diagnósticos e outras ferramentas”. Atualmente há dois imunizantes aprovados.

“A OMS prevê uma necessidade imediata de financiamento inicial de US$ 15 milhões para dar suporte a atividades de vigilância, preparação e resposta. Uma avaliação de necessidades está sendo realizada nos três níveis da Organização”, diz a entidade.

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