ONU: Covid-19 e fraca campanha agrícola agravam fome na Guiné-Bissau

Metade da população do país já vive situação de fome crônica, alertou o governo; antes da pandemia, índice era de 30%

Este conteúdo foi publicado originalmente no portal ONU News, da Organização das Nações Unidas

O Programa Mundial de Alimentos e o governo de Guiné-Bissau querem melhorar a recolha de informação para reverter os impactos dos desastres.

As alternativas incluem ajudas de proteção e assistência as populações vulneráveis em zonas de choques. A ação coincide com o programa estratégico nacional ONU Guiné-Bissau, assinado em meados de 2019.

O número de pessoas com fome extrema subiu de um terço para a metade da população na Guiné-Bissau. Uma das causas pode ter sido as cheias que comprometeram a última campanha agrícola em alguns pontos do país, e as repercussões da Covid-19 na frágil economia guineense. 

ONU: Covid-19 e fraca campanha agrícola agravam fome na Guiné-Bissau
Jovens retornam da plantação de cana de açúcar na ilha de Soga, Guiné-Bissau, em abril de 2019 (Foto: Divulgação/Carsten ten Brink)

O representante do PMA, João Manja, salientou que os dois choques agravaram os indicadores de fome e pioraram o índice de sobrevivência. Para ele, as dificuldades são maiores por causa da nova norma de vida e a vitória contra o vírus é certa. 

“O que as pessoas têm que fazer agora para ganhar a vida é mais extremo do que faziam antes da Covid-19. Por outro lado, há desafios de intervenção e nós estamos aqui, aceitando essa causa como nossa juntamente com o governo e outros parceiros para dizer que havemos de vencer”.

Donativo 

No âmbito de resposta a situações de crise, o PMA adotou o Serviço Nacional de Proteção Civil de uma ambulância, duas viaturas, 30 celulares e quatro computadores. Outros apoios envolvem a formação dos funcionários em gestão de emergências, coleta e a informatização dos dados sobre desastres.

Em consequência, o fluxo e a qualidade de informações recebidos, em tempo útil, melhoraram bastante, explicou João Manja. Segundo ele, a meta de transformar a Proteção Civil num centro de excelência vai moldar o comportamento das comunidades, permitindo-lhes melhorar sua resposta aos desastres. 

Quanto a novidade para este ano, o realce foi a introdução do componente dos sistemas alimentares. O trabalho envolve o escritório do chefe do Sistema das Nações Unidas e o Ministério da Agricultura. 

“Sentimos que este é um programa que vai trazer uma grande contribuição na área de resiliência e da melhoria da posição econômica dos pequenos agricultores. Muitas vezes são também as mesmas pessoas que passam situações sazonais de fome”.  

O representante afirmou que a parceria com o governo está não só a conhecer uma grande expansão, como a passar por uma fase de qualificação dos parceiros por forma a serem capazes de planear e implementar os programas do desenvolvimento e eliminação da fome de Guiné-Bissau.    

Para ele, não há razão nenhuma para que continue a haver uma única pessoa que não tenha acesso a segurança alimentar adequada. Manja reiterou o engajamento do Programa no cumprimento da sua missão de eliminação de fome e combate a desnutrição.  

O PMA trabalha com o Serviço de Proteção Civil, tutelado pelo Ministério do Interior no alerta precoce, aviso prévio e na resposta a desastres, objetivo estratégico número um.  

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