ONU relata mortes de humanitários e diz que necessidades crescem a cada dia no Sudão

Deslocados lutam para conseguir alimentos em meio à rápida subida dos preços, e ataques a profissionais de ajuda agravam insegurança

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

O subsecretário-geral da ONU para os Assuntos Humanitários, Martin Griffiths, sublinhou que o assassinato de trabalhadores humanitários no Sudão é “injusto”.

As declarações foram feitas em meio a relatos de que dois motoristas do Comitê Internacional da Cruz Vermelha foram mortos por homens armados no Sul de Darfur, no Sudão, e outros três funcionários ficaram feridos.

Sofrimento de famílias deslocadas

De acordo com o Escritório de Coordenação de Assuntos Humanitários da ONU, a cada dia que o conflito no Sudão continua, as necessidades humanitárias aumentam.

Pela primeira vez desde o início do conflito, há um ano, uma equipe da Agência da ONU para os Refugiados (Acnur) chegou a Omdurman, em Cartum, em uma missão de dois dias. 

Crianças de um orfanato de Cartum, no Sudão, recebem abrigo e atendimento do Unicef (Foto: Unicef)

A agência relatou uma destruição massiva na cidade e encontrou-se com famílias deslocadas que contaram suas lutas para conseguir alimentos suficientes em meio à rápida subida dos preços. De acordo com o Acnur, os deslocados não têm abrigo adequado, medicamentos suficientes nem acesso à educação.

O enviado especial do secretário-geral para o Sudão, Ramtane Lamamra, continua em contato com as partes em conflito, apelando para que diminuam as tensões.

Ameaça em El Fasher

Ele apelou às Forças de Apoio Rápido (RSF) e às autoridades sudanesas para que se abstenham de combater em El Fasher e sublinhou que um ataque à cidade teria “consequências devastadoras” para a população civil.

Desde abril, o enviado especial viajou para o Chade, Etiópia e Eritreia para discussões com a União Africana (UA) e líderes regionais sobre o caminho a seguir.

Para além do estado de Cartum, a escalada da violência na cidade de El Fasher, em Darfur, está agravando a já perigosa situação de proteção dos civis. De acordo com os dados disponíveis, dezenas de aldeias foram alvo de ataques. Algumas delas ficaram completamente arrasadas, com pessoas inocentes mortas e destruição de propriedades públicas e colheitas.

A violência indiscriminada, incluindo a violência sexual, bem como os casos de crianças separadas e desaparecidas, continuam aumentando. 

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