Uma influenciadora do TikTok acusada de publicar vídeos em apoio ao exército do Mali foi morta por supostos jihadistas, segundo autoridades do país da África Ocidental. Mariame Cissé, de 25 anos, foi sequestrada por homens armados na sexta-feira (7) durante uma feira semanal em Echel. No dia seguinte, ao anoitecer, os mesmos homens a levaram de volta à Praça da Independência, em Tonka, e a executaram diante de uma multidão, informou o prefeito de Timbuktu, Yehia Tandina, à Associated Press. As informações são da CNN.
O crime ocorre em meio ao avanço de um grupo jihadista fortemente armado, afiliado à Al-Qaeda, que se aproxima da capital, Bamako. A junta militar do Mali e seus parceiros russos lutam para conter os insurgentes, que já controlam vastas áreas do país.
O prefeito de Tonka, Mamadou Konipo, também confirmou a execução, mas afirmou não ter mais detalhes. Tonka é uma vila às margens do rio Níger, a cerca de 145 quilômetros de Timbuktu, região onde atuam combatentes do grupo Jama’at Nusrat al-Islam Wal-Muslimin (JNIM), coalizão jihadista maliana afiliada à Al-Qaeda. Nenhuma organização reivindicou a autoria do assassinato.
Cissé, que não era membro das forças armadas, publicava vídeos e fotos usando uniformes militares para seus mais de 140 mil seguidores no TikTok, o que pode ter despertado a atenção dos jihadistas. De acordo com o prefeito de Timbuktu, ela havia recebido ameaças de morte dias antes de ser sequestrada.
Atualmente, o país, sem saída para o mar, sofre com um bloqueio de combustível imposto pelos insurgentes. Diante da deterioração da situação, Reino Unido, Estados Unidos, Alemanha e França recomendaram que seus cidadãos deixem Bamako.
Violência
O Mali enfrenta uma guerra contra grupos armados desde 2012. O conflito se intensificou após dois golpes militares, em 2020 e 2021, realizados sob o argumento de restaurar a segurança. No entanto, a violência aumentou, e vastas áreas do país estão hoje sob controle de grupos extremistas.
Segundo o Índice Global de Terrorismo de 2025, o Mali ocupa o quarto lugar entre os países mais afetados pelo terrorismo, com 604 mortes em 201 ataques apenas no ano passado – a maioria atribuída ao JNIM. Desde abril deste ano, o grupo afirma ter matado quase mil pessoas no Sahel, consolidando-se como uma das principais ameaças à segurança regional.