Unicef condena ataque que matou 23 crianças em campo de deslocados na RD Congo

ONU calcula que pelo menos cinco mil menores, na região de Ituri tenham sido afetados pela ofensiva de grupos armados na área

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Pelo menos 23 crianças foram mortas em um ataque a um acampamento de deslocados internos pela violência na República Democrática do Congo, que matou ao todo 45 pessoas na segunda-feira (12). Em nota, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) classificou o ataque ao acampamento de Lala como brutal. Dos sete feridos, três são crianças. 

O representante do Unicef na RD Congo, Grant Leaity, disse que alvejar crianças vulneráveis “ultrapassa o desprezível”. Ele afirmou que o trauma das vítimas é inimaginável e inaceitável para as famílias que já tiveram que fugir de suas casas por causa da insegurança no leste do país africano. 

Além de matar e ferir os deslocados internos, os militantes e integrantes de grupos armados atearam fogo em mais de 800 abrigos e roubaram os rebanhos. 

O Unicef acredita que pelo menos cinco mil crianças foram afetadas pelo ataque, com casos de pais, mães, irmãs e irmãos mortos, bem como casas, pertences pessoais e material escolar destruído. 

Crianças refugiadas em alojamento na RD Congo, em maio de 2020 (Foto: Unicef/Lebon Ziavoula)
Situação piorou em janeiro 

Desde 2017, a região de Uturi, na República Democrática do Congo, tem sido alvo de grupos armados e rebeldes com tropas do governo. Mas, no início deste ano, a situação piorou quando os grupos armados começaram a atacar a população, escolas e hospitais. 

Somente nos últimos seis meses foram mortos 600 civis, com mais de 200 feridos. O Unicef afirma que a falta de segurança e proteção das crianças tem se tornado uma preocupação maior. No momento, Ituri é a segunda província congolesa, das 26 do país, com o maior número de violações contra menores verificadas pela ONU.

O Unicef começou a identificar as crianças que perderam os pais e parentes para oferecer apoio psicológico, assim como as crianças feridas que não foram hospitalizadas. A agência da ONU também está fornecendo 800 abrigos para os afetados até meados desta semana. 

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