Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News
Pelo menos 23 crianças foram mortas em um ataque a um acampamento de deslocados internos pela violência na República Democrática do Congo, que matou ao todo 45 pessoas na segunda-feira (12). Em nota, o Unicef (Fundo das Nações Unidas para a Infância) classificou o ataque ao acampamento de Lala como brutal. Dos sete feridos, três são crianças.
O representante do Unicef na RD Congo, Grant Leaity, disse que alvejar crianças vulneráveis “ultrapassa o desprezível”. Ele afirmou que o trauma das vítimas é inimaginável e inaceitável para as famílias que já tiveram que fugir de suas casas por causa da insegurança no leste do país africano.
Além de matar e ferir os deslocados internos, os militantes e integrantes de grupos armados atearam fogo em mais de 800 abrigos e roubaram os rebanhos.
O Unicef acredita que pelo menos cinco mil crianças foram afetadas pelo ataque, com casos de pais, mães, irmãs e irmãos mortos, bem como casas, pertences pessoais e material escolar destruído.
Situação piorou em janeiro
Desde 2017, a região de Uturi, na República Democrática do Congo, tem sido alvo de grupos armados e rebeldes com tropas do governo. Mas, no início deste ano, a situação piorou quando os grupos armados começaram a atacar a população, escolas e hospitais.
Somente nos últimos seis meses foram mortos 600 civis, com mais de 200 feridos. O Unicef afirma que a falta de segurança e proteção das crianças tem se tornado uma preocupação maior. No momento, Ituri é a segunda província congolesa, das 26 do país, com o maior número de violações contra menores verificadas pela ONU.
O Unicef começou a identificar as crianças que perderam os pais e parentes para oferecer apoio psicológico, assim como as crianças feridas que não foram hospitalizadas. A agência da ONU também está fornecendo 800 abrigos para os afetados até meados desta semana.