VOA: Protestos pedem responsabilização por morte de ativista de Guiné-Bissau

Autoridades alegam que rapper e ativista Bernardo Mário Catchurá morreu por falta de oxigênio em hospital

Este material foi veiculado originalmente no portal da emissora VOA (Voice of Africa)

Crescem os protestos pela morte do rapper, jurista e ativista cívico de Guiné-Bissau, Bernardo Mário Catchurá. A polícia alega que o artista morreu por falta de oxigênio no Hospital Nacional Simão Mendes.

Na segunda (1), dezenas de guineenses foram até o Ministério da Saúde do país para exigir a responsabilização pela morte de Catchurá. Vestidos de preto e com velas na mão, eles realizaram uma vigília e pediram justiça.

Sana Canté, presidente da organização Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados, dirigida por Bernardo desde a sua criação, disse que Catchurá foi “assassinado por omissão”.

VOA: Protestos pedem  responsabilização por morte de rapper e ativista de Guiné-Bissau
O ativista, jurista e rapper guineense, Bernardo Mário Catchurá, em maio de 2020 (Foto: Facebook/Bernardo Mário Catchurá)

“Quando Bernardo deu entrada em dois hospitais com urgência, precisando de uma intervenção cirúrgica, o dispensaram alegando falta de oxigênio“, relatou. Canté se refere às unidades do Hospital Militar e Hospital Nacional Simão Mendes.

“Isso foi só por ser ele ser um opositor do regime, um inconformado que lutou para a melhoria de condições de vida em Guiné-Bissau e pela afirmação da democracia“, acusa Canté.

Entidades questionam

O Alto Comissariado de Luta Contra COVID-19 do país duvida do argumento de não haver oxigênio no Hospital Simão Mendes. Em comunicado, a estrutura pede a realização de um inquérito para apurar responsabilidades pela morte do ativista.

O vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Victorino Indeque, considera que deve haver responsabilização. “Já vimos médicos que podem socorrer as pessoas e não o fazem. Isso é alarmante e nos faz pensar que qualquer um pode ser vítima”.

Indeque instou o Ministério Público a investigar o caso e processar os culpados. “Sem a responsabilização todos nós podemos cair nesta armadilha”, disse. Até o momento, o governo de Guiné-Bissau não se manifestou sobre a morte do ativista.

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