As divisões políticas na Guiné-Bissau representam ameaça à estabilidade do país, segundo informe da ONU (Organização das Nações Unidas) nesta segunda (10). A situação se deteriorou a partir do final de 2019, quando o presidente, Sissoco Embaló, foi eleito.
A avaliação é da chefe do Uniogbis (Escritório Integrado de Consolidação da Paz da ONU na Guiné-Bissau), Rosine Sori-Coulibaly. Desde então, há registros de prisões arbitrárias, ataques à imprensa, intimidação e detenção de opositores do governo.
As Nações Unidas apelam agora para que o governo dê prosseguimento às reformas descritas no Acordo de Conacri, de 2016. A resolução estabelece um roteiro político para que o país deixe a crise, com apoio da Cedeao (Comunidade Econômica dos Estados da África Ocidental).
O acordo foi a solução para um impasse político iniciado ainda em 2015, após dissolução do governo do premiê Domingos Simões Pereira. Desde então, o país já teve dez primeiros-ministros.
O documento ainda não foi promulgado pelo governo guineense e não é aprovado por parte da população. Com ou sem solução, o escritório da ONU é autorizado a permanecer no país até 31 de dezembro. Até o momento, não há previsão de extensão do prazo.