O governo dos Estados Unidos identificou ao menos 200 casos suspeitos de “Síndrome de Havana”, que consiste em uma alteração das funções cerebrais que gera sintomas como dor de cabeça, enjoo, tontura e prejuízos à audição. Embora o caso ainda esteja cercado de incertezas, há uma suspeita de que a causa seja a emissão direcionada de radiação de microondas, informa a rede NBC News.
Os primeiros casos foram identificados em 2016, em Cuba, daí o nome “Síndrome de Havana”, sendo as vítimas diplomatas e outros funcionários de Washington que relataram os sintomas após ouvirem estranhos sons agudos e graves. Foram reportadas alterações auditivas, de equilíbrio e cognitivas, além de concussão.
Agora, os casos têm surgido em diversas partes do mundo, com maior incidência na Europa e na Ásia. O problema atingiu sobretudo oficiais da CIA (Agência Central de Inteligência, da sigla em inglês), mas também foram reportados casos envolvendo funcionários do FBI (Serviço Federal de Investigação, da sigla em inglês) e dos Departamentos de Defesa e Estado.
Na semana passada, a revista norte-americana The New Yorker relatou mais de 20 casos envolvendo diplomatas, oficiais de inteligência e outros funcionários públicos em Viena, na Áustria. Um diplomata norte-americano em Berlim teria retornado mais cedo aos EUA devido aos sintomas.
O Departamento de Defesa dos EUA disse estar “totalmente comprometido em determinar as causas e a origem” do problema. Ao menos por enquanto, Washington evita usar a palavra “ataque” e opta pela expressão “incidentes de saúde anômalos”, conforme destacou a NBC News.
Embora os cientistas não tenham uma posição conclusiva sobre a condição, um relatório das Academias Nacionais de Ciências, Engenharia e Medicina aponta que algumas das lesões cerebrais observadas eram consistentes com os efeitos da energia de microondas direcionada. O tema vem sendo estudado na Rússia.