O Canadá revogou 30 permissões de exportação de armas para Israel e anulou um acordo com uma empresa americana para fornecer munição produzida em Quebec ao exército israelense, conforme anunciado pela ministra das Relações Exteriores, Melanie Joly, na terça-feira (10). As informações são da rede CBC.
Joly destacou que o governo canadense não permitirá que munição fabricada no Canadá, especificamente pelo braço canadense da General Dynamics, com sede nos EUA, seja vendida ou transferida para outros países com o objetivo de revenda ao Estado judeu.
O anúncio foi recebido de forma positiva pelo Conselho Nacional de Muçulmanos Canadenses (NCCM, da sigla em inglês), a principal organização de defesa dos direitos dos muçulmanos no país.

“A ministra Joly deixou uma mensagem clara ao declarar que a política do Canadá sobre a proibição de armas para Israel continua em vigor”, postou o NCCM no X. “Ela sugeriu diretamente que o governo do Canadá não era a favor de nenhuma brecha sendo usada em relação à recente proposta de venda de explosivos pela General Dynamics”.
A venda de armas canadenses por meio de países intermediários para Israel tem gerado controvérsia. Joly afirmou que transações como a da General Dynamics são explicitamente proibidas.
“Em relação à General Dynamics, nossa política é clara”, disse Joly. “Não permitiremos o envio de armas, ou partes de armas, para Gaza, independentemente do método ou destino de envio. Minha posição, assim como a do governo, é firme, e estamos em contato com a General Dynamics“.
O Centro para Israel e Assuntos Judaicos afirmou que as declarações de Joly representam “uma mudança preocupante” na política do governo canadense, segundo o jornal Globe and Mail.