CIJ ouve caso da Nicarágua contra a Alemanha pela suspensão da venda de armas a Israel

Embaixador nicaraguense na Holanda acusa Berlim de não cumprir a 'própria obrigação de prevenir o genocídio'

Conteúdo adaptado de material publicado originalmente pela ONU News

Nesta segunda-feira (8), a Corte Internacional de Justiça (CIJ)  iniciou a audiência sobre um processo instaurado pela Nicarágua para que seja suspensa a ajuda militar da Alemanha a Israel.

Em Haia, o diplomata e advogado da Nicarágua, Carlos José Arguello Gómez alegou que a Alemanha “não estava cumprindo a sua própria obrigação de prevenir o genocídio ou de garantir o respeito pelo direito humanitário internacional”. Ele é o embaixador da Nicarágua na Holanda.

Sessão do Conselho de Segurança

A campanha militar de Israel em Gaza começou na sequência dos ataques mortais de 7 de outubro, quando membros do Hamas invadiram o sul israelense matando cerca de 1,2 mil pessoas. Estima-se que mais de 33 mil palestinos foram mortos em Gaza após as operações de resposta israelense.

Ainda nesta segunda-feira, o Conselho de Segurança realiza uma sessão que considera um pedido de adesão às Nações Unidas submetido pelo Estado da Palestina.

Corte Internacional de Justiça, em Haia, Holanda (Foto: reprodução/Linkedin)

No Cairo, Egito, espera-se a continuação de negociações para um cessar-fogo em Gaza após a chegada de delegações de Israel e do Hamas para retomar o processo no domingo.

Retorno a Khan Younis

Na região, funcionários humanitários da ONU expressam profunda preocupação com relatos de uma invasão israelense a Rafah e a falta de ajuda à Faixa de Gaza.

Mais a norte da província, residentes de Khan Younis estão retornando à cidade mesmo sob alertas de equipes de ajuda sobre a falta de suprimentos estocados. 

O coordenador residente interino e humanitário da ONU no Território Palestino Ocupado, Jamie McGoldrick, disse estar em curso o planejamento para uma eventual incursão israelense a Rafah, “que poderá deslocar até 800 mil pessoas”.

Em declarações à ONU News, ele disse que decorrem esforços para pré-posicionar material suficiente, itens não alimentares, abrigo, material e água, destacando não haver “capacidade, os recursos e a habilidade neste momento”. 

O representante ressaltou ainda que é preciso entrar 500 caminhões por dia em Gaza, onde especialistas em insegurança alimentar alertaram que a fome pode acontecer “a qualquer momento”.

Nível de assistência humanitária

Para aumentar o nível de assistência humanitária entrando na área, a ONU apoiou os apelos à reabertura do porto israelense de Ashdod, a norte de Gaza, e à entrada de mais ajuda através da Jordânia.

A Organização Mundial da Saúde anunciou que após a visita de uma equipe ao hospital Al-Shifa, em Gaza, na sequência de uma ofensiva israelense, o local estava completamente esvaziado e apenas com alguns vestígios.

A agência destacou que “a maior parte do equipamento está inutilizável ou reduzido a cinzas”, incluindo o serviço de urgência, a enfermaria cirúrgica e a maternidade do hospital.

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