A diretora financeira da empresa chinesa Huawei Technology, Meng Wanzhou, sofre uma derrota nesta quarta (27) na Justiça do Canadá, que analisa o caso de sua extradição aos Estados Unidos para enfrentar acusações de fraude bancária. As informações são da agência de notícias Reuters.
A juíza Heather Holmes, presidente da Suprema Corte da Colúmbia Britânica, negou o argumento da defesa de Meng de que as acusações que a executiva enfrenta nos Estados Unidos não eram crime no Canadá.
Meng cumpre prisão domiciliar no Canadá desde dezembro de 2018, depois de um pedido do governo norte-americano.
A executiva é acusada de enganar o HSBC sobre o relacionamento da Huawei com uma empresa do Irã, alvo de sanções dos Estados Unidos. O banco ficaria exposto a ser multado e sofrer outras penalidades por parte do governo norte-americano.
A decisão gerou uma reação negativa imediata da China, que afirmou que o Canadá é “cúmplice dos esforços dos EUA em derrubar a Huawei e as empresas chinesas de tecnologia”. O advogado da executiva afirmou que ela não deveria ser um “peão ou refém” no relacionamento China-EUA.
Agora, o caso de extradição deve seguir para a segunda fase, a partir de junho, com a avaliação sobre o questão das autoridades canadenses terem ou não seguido a lei ao prender Meng. A expectativa é que os argumentos finais sejam apresentados no fim de setembro ou início de outubro.
Retaliação
Depois de Meng ser presa no Canadá, a China deteve dois canadenses em seu território, um ex-diplomata e um empresário, sob acusação de segurança nacional. À época, o governo chinês negou que as prisões estariam relacionadas ao caso de Meng.
Após o Canadá aprovar a extradição de Meng, em março de 2019, a China bloqueou a maioria das importações de canola vindas do Canadá. Em junho, foi a vez das cargas de carne suína sofrerem bloqueio pelos chineses.