Na segunda-feira (16), a Meta, empresa-mãe do Facebook, anunciou que proibiu veículos de comunicação estatais russos em suas plataformas devido a atividades de “interferência estrangeira”. As informações são do The Moscow Times.
A proibição vem após os Estados Unidos acusarem a rede de notícias RT, financiada pelo Kremlin, e seus funcionários de desviar US$ 10 milhões através de empresas de fachada para financiar secretamente campanhas de influência em várias plataformas de mídia social, como TikTok, Instagram, X, Threads e YouTube. Essas ações tinham como objetivo influenciar a opinião pública em vários países, especialmente durante eleições e eventos políticos significativos.
“Após cuidadosa consideração, expandimos nossa aplicação contínua contra veículos de mídia estatais russos. Rossiya Segodnya, RT e outras entidades relacionadas estão agora banidas de nossos aplicativos globalmente por atividade de interferência estrangeira”, disse a Meta em uma declaração enviada à AFP.
Segundo a empresa, essa medida integra um esforço mais amplo da Meta para enfrentar a desinformação e a interferência estrangeira em suas plataformas. Desde 2022, a empresa alega que tem reforçado suas políticas para identificar e remover conteúdo que contrarie suas diretrizes, com foco particular em questões de segurança e integridade eleitoral.
A RT, que contava com 7,2 milhões de seguidores no Facebook antes da proibição, declarou em um comunicado que continuará a veicular suas mensagens, apesar da decisão da Meta.
“É engraçado como há uma competição no Ocidente – quem consegue tentar punir a RT mais severamente, para se destacar. A Meta/Facebook já bloqueou a RT na Europa há dois anos. Agora, eles estão censurando o fluxo de informações para o resto do mundo,” disse um porta-voz do veículo, conforme repercutido pela Al Jazeera.
Nesta terça-feira (17), Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin, chamou a decisão de “inaceitável” e afirmou que “a Meta se desacredita com essa ação”. Além disso, a RT foi obrigada a interromper suas atividades no Reino Unido, Canadá, União Europeia (UE) e Estados Unidos devido às sanções impostas à Rússia em resposta à sua invasão em larga escala da Ucrânia, conforme as acusações de Washington.
A serviço do Kremlin
A RT, anteriormente conhecida como Russia Today, é uma rede de notícias internacional russa financiada pelo Kremlin e fundada em 2005. Desde sua criação, a RT se expandiu para incluir canais e sites em vários idiomas, como inglês, francês, espanhol e árabe. Apresentando-se como uma alternativa à cobertura midiática ocidental, a RT tem desempenhado um papel significativo na promoção da perspectiva oficial russa sobre eventos globais.
Ao longo dos anos, a RT tem sido acusada de promover propaganda do governo russo e desinformação, especialmente em contextos de crises internacionais e conflitos políticos. A rede tem sido um alvo constante de críticas e ações regulatórias por parte de governos e plataformas de mídia ao redor do mundo.