Ji Chaoqun, um engenheiro chinês de 31 anos, foi condenado na quarta-feira (25) a oito anos de prisão por praticar espionagem nos EUA a serviço do governo chinês. O foco do seu trabalho como espião era obter acesso a tecnologias aeroespaciais e de satélite avançadas desenvolvidas por empresas dentro do território norte-americano. As informações são da rede BBC.
Chaoqun foi acusado de identificar potenciais cientistas e engenheiros locais que poderiam ser recrutados pelo Ministério de Segurança do Estado da província de Jiangsu. Ele também atuava sob a coordenação de uma importante unidade de inteligência de Beijing, disseram as autoridades dos EUA.
O chinês chegou nos Estados Unidos em 2013 com visto de estudante. Três anos depois, se alistou na reserva do exército, onde fez parte de um programa que recruta estrangeiros com “habilidades consideradas vitais para o interesse nacional”.
O caso de Chaoqun tem aparente conexão aos esforços chineses de longa data para roubar segredos comerciais da GE Aviation, um dos principais fabricantes de motores de aeronaves do mundo, com sede em Ohio. O plano de Beijing também se estende a outras empresas de aviação e fornecedores militares dos EUA, dizem as autoridades.
Ele também planejava procurar um emprego na área de cibersegurança dentro da CIA (agência de inteligência dos EUA), FBI ou Nasa (agência espacial norte-americana), de modo a acessar as bancos de dados dessas agências, incluindo informações sobre pesquisas científicas, disse o Departamento de Justiça (DoJ, da sigla em inglês) em comunicado à imprensa.
Chaoqun já havia sido preso em setembro de 2018, acusado de fornecer informações à inteligência chinesa sobre oito pessoas, todas cidadãs norte-americanas naturalizadas originárias da China ou Taiwan. Algumas dessas pessoas atuavam na indústria de defesa dos EUA.
Em setembro de 2022, ele foi condenado por agir ilegalmente como agente de um governo estrangeiro e por fazer declarações falsas ao Exército dos EUA após um julgamento que se estendeu por duas semanas em Chicago.
Em julho passado, Christopher Wray, diretor do FBI, a polícia federal norte-americana, declarou que Beijing tinha a ambição de “saquear a propriedade intelectual de empresas ocidentais para que pudesse acelerar seu próprio desenvolvimento industrial e eventualmente dominar indústrias-chave”.