EUA lançam ataques aéreos na Síria após drone matar americano e ferir militares

Inteligência norte-americana determinou que o drone era de origem iraniana, mas não apresentou evidências

Washington está coordenando retaliações após um ataque de drone, que seria de fabricação iraniana, ter matado um empreiteiro dos EUA, ferindo ainda cinco militares norte-americanos e um outro empreiteiro na Síria, na quinta-feira (23). A situação foi relatada pelo Departamento de Defesa em comunicado, com informações adicionais da agência Associated Press (AP).

“Hoje cedo, um empreiteiro dos EUA foi morto, e cinco membros do serviço dos EUA e um empreiteiro adicional dos EUA ficaram feridos depois que um veículo aéreo não tripulado unidirecional atingiu uma instalação de manutenção em uma base da coalizão perto de Hasakah, no nordeste da Síria, aproximadamente às 13h38, horário local”, disse a nota.

Em resposta ao ataque, o secretário de Defesa Lloyd Austin disse que, sob ordens do presidente Joe Biden, autorizou as forças do Comando Central dos EUA a conduzir ataques aéreos de precisão na noite de quinta no leste da Síria contra instalações usadas por grupos afiliados à Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC, na sigla em inglês), acusada de realizar ataques com drones em todo o Oriente Médio. 

“Como o presidente Biden deixou claro, tomaremos todas as medidas necessárias para defender nosso povo e sempre responderemos no momento e local de nossa escolha”, disse Austin. “Nenhum grupo atacará nossas tropas impunemente”, observou o secretário, acrescentando que a inteligência norte-americana determinou que o drone era de origem iraniana, porém, sem apresentar provas.

Secretário de Defesa Lloyd Austin, durante visita à Embaixada da França nos EUA, em outubro de 2012 (Foto: French Embassy in the U.S.)

Vídeos compartilhados nas redes sociais mostraram explosões em Deir el-Zour, uma província síria perto da fronteira com o Iraque que contém campos de petróleo. Milícias apoiadas pelo Irã e forças sírias controlam a área, que recentemente foi alvo de supostos ataques aéreos de Israel contra rotas de abastecimento iranianas.

O Irã conta com uma rede de forças através do Oriente Médio para combater os EUA e Israel, seu principal rival regional. Teerã é parte ativa na guerra civil da Síria, que já dura mais de 11 anos. O conflito opõe Rússia e Irã, aliados do presidente Bashar Al-Assad, à Turquia, que apoia os rebeldes do Exército Livre da Síria (ELS) na luta contra o governo.

Nem Irã nem a Síria reconheceram a responsabilidade pelos ataques.

De acordo com o Pentágono, dois dos militares feridos foram tratados no local, enquanto outros três e o empreiteiro precisaram ser transferidos para instalações médicas no Iraque.

De acordo com o Observatório Sírio para os Direitos Humanos, a ofensiva dos EUA na quinta-feira matou 11 pessoas. O grupo que monitora a guerra com uma rede de fontes locais afirmou que entre as vítimas estão seis militantes apoiados pelo Irã. Dois foram mortos nos arredores de uma cidade vizinha, Al-Mayadeen. Os outros três outros foram mortos no deserto que cobre a região.

“Espera-se que o número de mortes aumente, pois os ataques deixaram vários milicianos feridos, alguns gravemente”, detalhou o grupo em comunicado na internet.

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