Família confirma morte de brasileira desaparecida em Israel após ataque do Hamas

A irmã de Bruna Valeanu, carioca que estava desaparecida em Israel desde sábado, confirmou a morte da jovem na manhã desta terça-feira

A família de Bruna Valeanu, uma brasileira desaparecida nos conflitos em Israel, confirmou a morte da estudante de 24 anos nesta terça-feira (10). Ela estava na festa Universo Paralello, a cerca de 300 metros da Faixa de Gaza, que foi interrompida pelo ataque terrorista do Hamas no sábado (7).

Natural do Rio de Janeiro, Bruna estava residindo na cidade de Petah Tikva há oito anos, juntamente com sua mãe e irmã mais velha. Ela estudava comunicação e marketing na Universidade de Tel Aviv e foi ao festival de música eletrônica com um grupo de amigos, que incluía brasileiros e israelenses.

A carioca Bruna Valeanu está entre os brasileiros desaparecidos (Foto: Facebook/Reprodução)

Pelo Facebook, Florica Valeanu, irmã de Bruna, fez um post de despedida. Na segunda-feira (9), em outra publicação antes da confirmação da morte da jovem, ela escreveu: “Somos todos vítimas, tanto Israel e Palestina, desse grupo terrorista chamado Hamas. O mundo precisa saber o que está acontecendo aqui. Uma covardia!”.

Um outro brasileiro conseguiu sobreviver ao ataque dos militantes palestinos ao se fingir de morto em um abrigo subterrâneo próximo ao local da festa, enquanto os terroristas lançavam bombas de gás e granadas nas instalações.

Rafael Zimerman contou à TV Globo que escapou do ataque que resultou em pelo menos 260 mortes, entre elas a do amigo Ranani Nidejelski Glazer, cuja morte também foi confirmada nesta terça. Eles buscavam refúgio em um bunker com outras 50 pessoas durante o ataque dos radicais.

“Éramos apenas jovens em uma festa”, relatou Zimerman. “Estávamos celebrando a vida, e de repente, pessoas que desejam a morte interrompem isso?”.

Zimerman foi levado de avião para o Hospital Soroka, em Haifa. Ele foi tratado por ferimentos causados por estilhaços nas costas e teve alta no domingo (8).

Celeste Fishbein, de 18 anos, é outra brasileira desaparecida. Ela trabalhava como babá em uma comunidade rural próxima à fronteira com a Faixa de Gaza. Quando ocorreu a invasão por terroristas do Hamas, a jovem estava na casa de seu namorado, que fica em Gaza.

Não há informações sobre se ela está entre as 130 pessoas que estão sendo mantidas como reféns por grupos militantes palestinos, que anunciaram a intenção de realizar execuções de reféns e compartilhar as imagens com o mundo.

Brasileiros retornam ao país

Aproximadamente 14 mil brasileiros vivem em Israel, enquanto cerca de seis mil estão na Palestina. Nesta terça-feira, o presidente Lula anunciou que o primeiro voo com cidadãos nacionais partiu de Israel rumo ao Brasil, sendo que mais cinco voos estão previstos para sair até o próximo domingo (15).

“O primeiro voo com 211 passageiros decolou de Tel Aviv, em ação de repatriação dos brasileiros”, disse Lula na rede social X, antigo Twitter. “O governo federal está atento e trabalhando para trazer de volta todos os brasileiros que solicitarem, bem como para fazer todo o possível para o processo de paz na região.”

O Itamaraty, por sua vez, disse que “segue em contato com os brasileiros na Faixa de Gaza e com as autoridades responsáveis na região.” Já a embaixada brasileira no Cairo “segue em contato com as autoridades egípcias para verificar a viabilidade da passagem segura para o Egito dos nacionais interessados em serem retirados da Faixa de Gaza.”

O governo continua recebendo, pela internet, os dados de brasileiros que pedem pela repatriação, com os candidatos acomodados em listas de prioridade. “O Ministério das Relações Exteriores reitera a orientação no sentido de todos os nacionais que possuam passagens aéreas, ou condições de adquiri-las, embarquem em voos comerciais a partir do aeroporto Ben-Gurion, que continua a operar”, declarou o Itamaraty em comunicado.

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