Brasileiros em Israel aguardam repatriação, com ao menos três desaparecidos

Itamaraty divulgou nesta segunda-feira que aproximadamente 1,7 mil brasileiros solicitaram retornar do território de Israel em voos da FAB. Há registro de três desaparecidos

O Ministério das Relações Exteriores, por meio de suas representações em Tel Aviv e Ramala, está acompanhando a situação dos turistas e da comunidade brasileira em Israel e na Palestina após os ataques do Hamas no fim de semana, informou a pasta em um comunicado emitido nesta segunda-feira (9). Até agora, segundo o Itamaraty, há registro de três brasileiros desaparecidos na região.

A embaixada em Tel Aviv já coletou informações de cerca de 1,7 mil brasileiros que expressaram interesse em retornar ao Brasil, a maioria turistas hospedados em Tel Aviv e Jerusalém. Esses pedidos serão organizados por ordem de prioridade, sendo que, inicialmente, os residentes no Brasil sem passagem aérea terão prioridade.

Até o momento, estão planejados 15 voos de repatriação, de acordo com o embaixador do Brasil em Israel, Frederico Meyer, que concedeu entrevista à rede GloboNews. Ele enfatizou que todos os brasileiros que desejarem retornar serão repatriados.

A carioca Bruna Valeanu está entre os brasileiros desaparecidos (Foto: Facebook/Reprodução)

Devido à incerteza sobre quando os voos de repatriação estarão disponíveis, o Ministério das Relações Exteriores reforça a recomendação para que todos os brasileiros que têm passagens aéreas ou podem adquiri-las embarquem em voos comerciais no Aeroporto Ben-Gurion, que ainda está operando.

As aeronaves designadas para repatriar brasileiros têm permissão de Israel para sobrevoar e pousar. A primeira delas está em Roma, e a segunda tem previsão de decolagem em Brasília ainda nesta segunda-feira (9) à tarde.

O governo brasileiro desaconselha viagens não essenciais para essa área.

Jovem desaparecida

A família de Bruna Valeanu, uma brasileira desaparecida nos conflitos em Israel, manifestou a angústia pela falta de notícias da jovem carioca desde o último sábado (7). Ela estava na festa Universo Paralello, a cerca de 300 metros da Faixa de Gaza, que foi interrompida pelo ataque terrorista do Hamas.

Nathalia Valeanu, irmã de Bruna, expressou sua preocupação ao portal G1: “Já se passaram mais de 48 horas desde que não temos notícias da minha irmã. Estamos começando a perder as esperanças.”

Bruna vivia em Israel há oito anos, para onde foi estudar. A família está desapontada com a falta de assistência das autoridades locais. “O governo não está oferecendo nenhuma ajuda, informações ou qualquer tipo de assistência.”

Nathalia diz que ainda alimenta esperanças de que Bruna tenha sido sequestrada.

Rave brasileira

O festival de música eletrônica Universo Paralello foi criado nos anos 2000 pelo DJ Juarez Petrillo, pai do célebre DJ brasileiro Alok, e teve início no estado de Goiás. Posteriormente, o evento foi transferido para a Bahia, onde geralmente ocorre na virada do ano, na praia de Pratigi, em Ituberá.

Alok compartilhou em suas redes sociais que seu pai, uma das atrações da rave, foi levado para um abrigo de segurança e está aguardando instruções para retornar ao Brasil após testemunhar o ataque do Hamas.

“Ainda sobre o meu pai, ele está seguro em um bunker aguardando direcionamento para retornar ao Brasil. Minhas orações pelos desaparecidos, pelo povo da região que são vítimas dessa guerra cruel e pelos familiares que sentem dor nesse momento. Muita tristeza!”, disse ele no X, antigo Twitter.

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