A Venezuela anunciou a incorporação de 5,6 mil novos soldados às Forças Armadas Nacionais Bolivarianas em meio à escalada das tensões com os Estados Unidos. O governo do presidente Nicolás Maduro afirmou que a medida responde ao que classifica como “ameaças imperialistas”, citando o aumento da presença militar norte-americana no Caribe e operações recentes na América Latina. As informações são da Anadolu.
Segundo informações divulgadas por veículos estatais, os recrutas prestaram juramento de lealdade ao presidente e passam a integrar um contingente que o governo descreve como fundamental para a estabilidade, a segurança e o futuro do país. Autoridades militares afirmaram que houve crescimento significativo na procura por alistamento, especialmente entre jovens.

O major-general Javier José Marcano Tabata declarou à emissora estatal VTV que o cenário internacional tem impulsionado a mobilização interna. Ele afirmou que, diante de ameaças externas consideradas ilegais e arbitrárias por Caracas, milhares de venezuelanos buscam ingressar nas forças armadas.
O anúncio ocorre em um contexto de intensificação das ações militares dos Estados Unidos na região. Washington ampliou o envio de fuzileiros navais, navios de guerra, aeronaves de combate, bombardeiros, submarinos e drones para operações de patrulhamento e combate ao narcotráfico.
Dados oficiais indicam que a Venezuela possui atualmente cerca de 200 mil soldados, número semelhante de policiais e milhões de integrantes de milícias na reserva. Do lado norte-americano, autoridades informaram que, desde setembro, ao menos 22 operações foram realizadas contra embarcações suspeitas de envolvimento com o tráfico de drogas, com registro de dezenas de mortes.
Recentemente, o presidente dos EUA, Donald Trump, afirmou que pretende intensificar o enfrentamento às redes de narcotráfico venezuelanas, inclusive com ações terrestres, o que aumentou o tom das declarações entre os dois países.