A Marinha dos EUA impediu um navio iraniano de capturar um drone marítimo de propriedade das forças norte-americanas no Golfo Pérsico na noite de segunda-feira (29). O incidente marcou o mais recente confronto entre as duas nações e ocorre em meio a novas negociações sobre uma retomada do acordo nuclear. As informações são da rede CNN.
O episódio ocorreu quando o drone de patrulha estava em trânsito pela região em águas internacionais. Oficias viram o navio de guerra Shahid Baziar, operado pela Guarda Revolucionária Islâmica do Irã (IRGC, na sigla em inglês), rebocando a embarcação não tripulada conhecida como Saildrone Explorer.
Após os iranianos terem conectado um cabo ao drone marítimo, as forças dos EUA fizeram contato e pediram o drone de volta, segundo detalhou uma autoridade de defesa dos EUA. Um helicóptero MH-60S Sea Hawk, do Bahrein, ajudou na operação.
“O profissionalismo e a competência da tripulação do USS Thunderbolt impediram essa ação ilegal do Irã. Este incidente mais uma vez demonstra a atividade desestabilizadora, ilegal e não profissional do Irã no Oriente Médio”, disse o chefe do Comando Central dos EUA, general Michael Kurilla, em comunicado divulgado na terça-feira (30).
O Shahid Baziar atendeu ao pedido e desconectou o cabo de reboque, liberando o drone. A embarcação partiu da área quatro horas depois. O comunicado acrescentou que a Marinha dos EUA retomou as operações “sem incidentes”.
Segundo a rede Voice of America (VOA), o Saildrone Explorer USV está equipado com sensores, radares e câmeras para navegação e coleta de dados. O equipamento, que não é de uso exclusivo do exército e está disponível comercialmente, não armazena informações confidenciais.
Acordo nuclear
Nas últimas semanas, o governo Biden e autoridades iranianas debatem um acordo que suspenderia as sanções econômicas contra o Irã, tendo como moeda de troca restrições ao avanço do programa nuclear de Teerã, segundo informou a revista Time.
Na esperança de restaurar o acordo nuclear multilateral de 2015, na mesa de negociações estão diplomatas norte-americanos, europeus e iranianos.
Porém, mesmo na hipótese de um pacto, diversos confrontos militares que vêm ocorrendo entre os países rivais podem comprometer o esforço diplomático. Em julho, forças americanas e milícias apoiadas pelo Irã estiveram frente a frente dentro da Síria, em combate que deixou três militares dos EUA feridos e quatro rebeldes mortos.
Teerã é parte ativa na guerra civil da Síria, que já dura mais de 11 anos. O conflito opõe Rússia e Irã, aliados do presidente Bashar Al-Assad, à Turquia, que apoia os rebeldes do Exército Livre da Síria (ELS) na luta contra o governo.