Membro de grupo supremacista russo entra na lista dos EUA de terroristas

Washington se diz "profundamente preocupado com a crescente ameaça extremista motivada racial ou etnicamente"

O governo dos EUA, através de seu Departamento de Estado, adicionou na quarta-feira (15) o nome do cidadão sueco Anton Thulin, membro de um grupo supremacista branco da Rússia, à lista de Terroristas Globais Especialmente Designados (SDGTs), na sigla em Inglês.

Em comunicado, o órgão afirma que “continua profundamente preocupado com a crescente ameaça extremista violenta motivada racial ou etnicamente (REMVE, na sigla em inglês) em todo o mundo. Um elemento disso envolve supremacistas brancos violentos viajando internacionalmente para treinar e lutar ao lado de indivíduos com ideias semelhantes”.

Thulin é membro do Movimento Imperial Russo (RIM), que já havia sido sancionado e incluído na lista de SDGTs em 2020, bem como três de seus líderes. Paralelamente, o Departamento do Tesouro sancionou dois indivíduos ligados ao grupo: Stanislav Shevchuk, por agir em nome do RIM, e Alexander Zhuchovsky, por auxiliar materialmente ou fornecer suporte financeiro, material ou tecnológico ao grupo extremista.

Prédio do Departamento de Estado dos EUA (Foto: divulgação)

“O Movimento Imperial Russo procurou arrecadar e movimentar fundos usando o sistema financeiro internacional com a intenção de construir uma rede global de grupos violentos que promovem visões extremistas e subvertem processos democráticos”, disse o subsecretário do Tesouro para Terrorismo e Inteligência Financeira, Brian E. Nelson.

Segundo ele, os extremistas também estão inseridos na máquina de guerra russa, em apoio à agressão do Kremlin aos ucranianos. “A RIM e seus apoiadores continuam a exacerbar a guerra de agressão da Rússia na Ucrânia por meio de seus esforços de arrecadação de fundos”.

A inclusão na lista de SDGTs proíbe o indivíduo de se envolver em quaisquer transações com cidadãos ou organizações norte-americanos, e os bens sujeitos à jurisdição dos EUA ficam bloqueados. “As designações terroristas expõem e isolam entidades e indivíduos e os impedem de explorar o sistema financeiro dos EUA. Além disso, as designações podem auxiliar as atividades de aplicação da lei de agências dos EUA e outras entidades e governos relevantes de aplicação da lei”, diz o documento.

Os terroristas

Segundo o Departamento de Estado, Thulin viajou para São Petersburgo, na Rússia, em 2016, e recebeu treinamento paramilitar da RIM, inclusive na fabricação de bombas. No ano seguinte, foi condenado por um tribunal sueco a 22 meses de prisão em conexão com a detecção de uma poderosa bomba caseira perto de um centro residencial de refugiados em Gotemburgo, na Suécia.

Thulin cumpriu a pena no país europeu e, posteriormente, buscou treinamento paramilitar adicional na Polônia, antes de ser expulso pelas autoridades polonesas que citaram a “séria, real e atual ameaça à segurança e à ordem pública” que ele representava.

“Os Estados Unidos estão designando Anton Thulin porque sua contínua busca por treinamento terrorista, mesmo depois de cumprir sua pena de prisão por seu papel no ataque de 2017 na Suécia, demonstra que ele continua a representar um risco significativo de cometer atos de terrorismo”.

Shevchuk, por sua vez, “viajou para os Estados Unidos em 2017 com o objetivo de estabelecer conexões entre a RIM e grupos extremistas de extrema direita e nacionalistas brancos”.

Já Zhuchkovsky usou “repetidamente sua conta na plataforma de mídia social VK”, da Rússia, “para arrecadar fundos e recrutar para a RIM”. De acordo com o Tesouro, ele “arrecadou mais de 200 milhões de rublos (R$ 18,13 milhões) para comprar armas e equipamentos militares para a RIM e outros combatentes pró-Rússia em Donbass, na Ucrânia, e facilitou a viagem de combatentes da RIM para a região”. Isso se intensificou desde o início da guerra.

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