Na Amazônia, ação da ONU com parceiros praticamente erradicou a “cegueira do rio”

Infecção causada pela picada de moscas negras era endêmica em seis países americanos nos anos 1990 e hoje atinge os yanomami

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) e entidades parceiras conseguiram praticamente eliminar a oncocercose das Américas, após décadas de esforços e ações concertadas. A doença, também conhecida como “cegueira do rio”, é causada por vermes minúsculos.

Com o avanço, ela se tornou prevalente em apenas pequenos focos de transmissão localizados na Amazônia. A infecção é causada pela picada de moscas negras que crescem ao redor de rios e riachos perto de áreas rurais, por isso o apelido “cegueira do rio”.

Ainda não existe uma vacina para prevenir a doença, mas o tratamento com o remédio ivermectina, a cada seis meses, por um período de 12 a 15 anos, pode ajudar a conter a transmissão.

Rio Urubu, na Amazônia, perto do município de Silves, dezembro 2008 (Foto: WikiCommons/Andre Deak)

Nos anos 1990, a cegueira do rio era endêmica em seis países das Américas. E quase 540 mil pessoas corriam o risco de contraí-la. Atualmente, cerca de 28 mil indígenas yanomami, que vivem na fronteira do Brasil com a Venezuela, estão afetados pela infecção.

Em 1991, o Centro Carter, liderado pelo ex-presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, foi um dos parceiros da Opas para combater a doença. Vários países das Américas se comprometeram a erradicar a transmissão na região com o apoio de doadores internacionais.

O programa desenhado pelo Centro Carter foi fundamental na ação de eliminar a infecção.

Entre 2013 e 2016, após décadas de implementação dessas medidas, alguns países notificaram o fim da doença: Guatemala, Colômbia, Equador e México.

O trabalho permanece agora em algumas áreas da Amazônia, onde a população dispersa e com desafios de mobilidade ainda enfrenta o perigo da contaminação.

A meta da Opas é alcançar todos esses rincões para erradicar, de uma vez por todas, a “cegueira do rio” nas Américas.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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