Partidos de oposição são impedidos de registrar candidato para eleição na Venezuela

Coalizão diz que foi impedida de aprovar sua candidata no prazo, deixando assim o caminho aberto para a vitória de Maduro

Corina Yoris, que seria candidata à presidência da Venezuela pela principal coligação de oposição ao presidente Nicolás Maduro, não conseguiu se inscrever a tempo e está fora do pleito de 28 de julho. O grupo classifica o ocorrido como mais um ato antidemocrático do líder nacional, que assim terá caminho livre para se manter no poder. As informações são da agência Associated Press (AP).

A coligação Plataforma Unitária, que conta com o apoio do governo norte-americano, havia apontado Yoris para substituir Maria Corina Machado, que foi proibida de concorrer ao cargo. A nova candidata tinha até segunda-feira (25) para passar pelo recenseamento, mas mas não conseguiu cumprir o prazo devido às barreiras impostas pelo governo.

O presidente venezuelano Nicolás Maduro, março de 2013, com uma foto de Hugo Chávez ao fundo (Foto: Prensa Miraflores/Flickr)

A coalizão política oposicionista classificou a interferência estatal como uma “uma violação do direito da maioria dos venezuelanos que querem votar pela mudança.”

Maduro, por sua vez, foi confirmado como candidato e tende a conquistar a vitória, que o garantiria no poder até 2031. Tal cenário seria improvável com a candidatura válida da coligação Plataforma Unitária, que tinha ampla vantagem nas pesquisas de opinião.

“Esgotamos todas as possibilidades”, disse Yoris, que alega ter tentado confirmar sua candidatura tanto digitalmente quanto pessoalmente, sem sucesso. “Não é apenas o nome de Corina Yoris que está sendo negado, mas o nome de qualquer cidadão que queira concorrer.”

Maduro não será candidato único no pleito, mas seus concorrentes têm força política quase nula e não parecem representar uma ameaça à vitória do autoritário presidente.

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