Na quinta-feira (18), a Rússia deixou claro que considera possível implantar mísseis nucleares em resposta à decisão dos EUA de colocar mísseis de cruzeiro Tomahawk de longo alcance na Alemanha. As informações são da Newsweek.
O vice-ministro das Relações Exteriores, Sergey Ryabkov, afirmou durante uma entrevista coletiva em Moscou que a Rússia responderá a qualquer medida de Washington para aumentar suas capacidades de mísseis nucleares.
Ryabkov afirmou que Moscou está preparada para vários cenários, inclusive negativos, e não descartou a possibilidade de implantar mísseis nucleares em resposta às ações dos EUA. Ele destacou que a decisão do Kremlin será baseada na capacidade geral da Otan (Organização do Tratado do Atlântico Norte), e “não constitui uma ameaça”, mas busca “encontrar a opção mais eficaz, inclusive em termos de custo, para responder aos desafios”.

A reação é uma resposta ao anúncio feito no dia 10 de julho por Washington e Berlim, que declararam conjuntamente que mísseis de cruzeiro Tomahawk, mísseis SM-6 e armas hipersônicas em desenvolvimento “com um alcance significativamente maior do que os atuais mísseis terrestres na Europa” serão implantadas na Alemanha a partir de 2026. A última vez que os EUA posicionaram essas armas em território alemão foi na década de 1990.
Os EUA e a Alemanha afirmaram que o uso dessas “capacidades avançadas” mostrará o compromisso de Washington com a Otan e suas contribuições para a “dissuasão integrada europeia”.
Diante disso, Ryabkov também acusou os países ocidentais de agravarem as tensões. “Embora seja uma situação lamentável, isso não nos impedirá de garantir nossa segurança ao longo de todas as nossas fronteiras, incluindo nossa zona de defesa aérea”, afirmou.
A Rússia já havia alertado que essa medida poderia resultar em um “confronto direto” semelhante ao da Guerra Fria.