A Casa Branca alega que os EUA mataram o principal especialista em mísseis dos Houthis em ataques realizados no Iêmen no último dia 15 de março. No entanto, mais de duas semanas após o ocorrido, o comando militar do país ainda não confirmou oficialmente a morte, nem revelou a identidade do comandante citado. Uma situação que coloca em xeque a eficácia da operação norte-americana no Oriente Médio, segundo a agência Reuters.
O conselheiro de segurança nacional Mike Waltz declarou no fim de semana seguinte à ofensiva que “o primeiro ataque matou o chefe de mísseis deles”. Em uma troca de mensagens privada posteriormente divulgada pela revista The Atlantic, a autoridade foi ainda mais específica: “O primeiro alvo – o principal cara dos mísseis – foi identificado positivamente entrando no prédio da namorada dele, que agora está em colapso”.

Apesar das declarações, oficiais dos EUA que falaram sob anonimato disseram à Reuters que não há, até agora, confirmação independente da morte por parte do Exército. O Pentágono, que costuma divulgar rapidamente informações sobre alvos importantes neutralizados, evitou comentar o caso mesmo após vários pedidos de posicionamento.
A Fundação para Defesa das Democracias, sediada em Washington, aponta Abdul Khaliq Badruddin Al-Houthi como o “comandante de fato das Forças de Mísseis Estratégicos” dos Houthis. Contudo, segundo Mohammed Albasha, especialista do Basha Report, apesar da morte de mais de 40 combatentes rebeldes em março, ninguém com esse perfil foi identificado entre os mortos.
A dúvida sobre a identidade do alvo levanta questões sobre a eficácia e a transparência da operação, considerada a maior ofensiva militar dos EUA no Oriente Médio desde o início do mandato de Donald Trump, em janeiro. Em publicação recente na plataforma Truth Social, o presidente norte-americano limitou-se a dizer que os Houthis haviam sido “dizimados” e que “muitos dos seus líderes não estão mais entre nós”.