Rebeldes Houthis do Iêmen disseram que os EUA realizaram pelo menos 17 ataques aéreos nas regiões de Saada e Amran na manhã de quarta-feira (26), causando danos materiais, segundo o site Ansarollah, porta-voz da facção. Os ataques ocorreram em áreas consideradas redutos do grupo, que não forneceu detalhes sobre vítimas. As informações são do jornal The Times of Israel.
A escalada acontece após o anúncio de Washington, em 15 de março, sobre uma ofensiva militar contra os Houthis, prometendo o uso de “força esmagadora” para impedir os disparos contra embarcações em rotas estratégicas no Mar Vermelho e Golfo de Áden.
No mesmo dia, uma série de ataques aéreos dos EUA matou líderes seniores do grupo, segundo autoridades americanas. Os rebeldes, no entanto, afirmam que os ataques deixaram 53 mortos, conforme divulgado pelo ministério da saúde do grupo.

Desde então, os territórios controlados pelos Houthis no Iêmen têm sofrido ataques quase diários, com o grupo culpando os EUA e reivindicando ataques contra navios militares americanos e contra Israel. Na terça-feira (25), os rebeldes alegaram ter atacado navios de guerra dos EUA no Mar Vermelho que estariam sendo usados para lançar ataques contra suas posições.
O grupo apoiado pelo Irã também afirmou ter realizado um ataque com drones contra o centro de Israel durante a noite, mas nenhuma sirene foi ativada, o que sugere que o ataque não atingiu seu alvo. Segundo os Houthis, esses ataques são uma resposta à suposta participação de Israel no bloqueio de ajuda à Palestina e à retomada do conflito em Gaza.
O presidente dos EUA, Donald Trump, já havia ameaçado aniquilar o grupo e advertido o Irã para cessar o apoio aos rebeldes. A postura firme de Washington foi reforçada após o grupo retomar ataques contra embarcações e lançar mísseis contra Israel, todos interceptados por sistemas de defesa aérea ou caindo antes de atingir o território israelense.
A ameaça dos Houthi ao tráfego marítimo essencial para o comércio global no Mar Vermelho aumenta a tensão na região e desafia os esforços diplomáticos para estabilizar o conflito no Iêmen e reduzir o impacto da guerra na segurança internacional.
As rotas visadas pelos Houthis recebem cerca de 15% do comércio internacional, e os ataques forçaram muitas companhias a mudarem o trajeto de suas embarcações, encarecendo o frete mundial.
Os Houthis começaram a atacar navios comerciais em novembro de 2023, argumentando que as embarcações visadas servem a Israel e declarando apoio aos palestinos de Gaza durante no conflito. Com o tempo, porém, mesmo navios sem relação com Israel passaram a ser atacados.