Vírus respiratório na China preocupa, mas especialistas descartam nova pandemia

Apesar da apreensão global, cientistas ressaltam que o HMPV, responsável por sintomas gripais, não se compara à Covid-19

Um aumento nos casos de infecções respiratórias na China tem despertado atenção global, mas especialistas afirmam que o vírus humano metapneumovírus (HMPV) não representa o mesmo nível de ameaça que a Covid-19, detectada pela primeira vez no país cinco anos atrás. As informações são da rede Voice of America (VOA).

O HMPV é um vírus comum que circula desde 2001, frequentemente associado a infecções respiratórias superiores, como bronquite. Segundo Paul Auwaerter, diretor clínico da divisão de doenças infecciosas da Escola de Medicina da Universidade Johns Hopkins, a situação não exige alarme.

“Esse é um vírus de rotina que comumente causa infecções do trato respiratório superior, como bronquite que pode causar tosse e sinusite”, afirmou o especialista. “Não acho que devamos nos preocupar especialmente com isso. Não é tão sério quanto a gripe ou a Covid.”

Pessoas usam máscaras durante pandemia de Covid-19 na China (Foto: WikiCommons)

Embora o HMPV possa levar a casos graves em crianças pequenas e idosos com condições de saúde prévias, para a maioria das pessoas, os sintomas são leves. “Quase todos já foram infectados por este vírus até os cinco anos de idade”, destacou Auwaerter, enfatizando que o HMPV já circulou amplamente, infectando milhões de pessoas com imunidade prévia e usando esse fato para afastar temores de um impacto devastador.

Novas variantes?

Autoridades chinesas informaram que os casos de HMPV nas províncias do norte do país estão em declínio e que o número de pacientes buscando atendimento médico é menor que no mesmo período do ano passado. Apesar disso, especialistas pedem maior transparência por parte do governo chinês para conter rumores e desinformação.

Entretanto, a pesquisadora Ho Mei-Shang, do Instituto de Ciências Biomédicas em Taipé, Taiwan, reforçou a necessidade de investigações genéticas para descartar a possibilidade de novas variantes. “Mesmo que seja um vírus antigo, ele pode ser uma variante nova”, alertou.

De acordo com especialistas, as rigorosas medidas de prevenção à Covid-19, como uso de máscaras e isolamento, podem ter reduzido a imunidade coletiva, contribuindo para o aumento dos casos de HMPV.

“As pessoas não adquiriram imunidade específica por não terem sido expostas durante as temporadas habituais de infecção”, explicou Auwaerter.

Atualmente, não há tratamento específico ou vacina para o HMPV. Médicos recomendam que pacientes com dificuldades respiratórias procurem assistência médica imediatamente.

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