China e Mongólia registram casos de peste bubônica

Autoridades locais rastrearam contatos dos doentes e isolaram 146 pessoas; OMS não considera evento de alto risco

Ao menos três casos de peste bubônica foram registrados na Ásia desde o início do mês. Dois na província de Khovd, na Mongólia, e um na província chinesa da Mongólia Interior.

As autoridades chinesas proibiram o consumo de animais que possam transmitir a bactéria Yersinia pestis, como a marmota. A doença é altamente infecciosa e disseminada por pulgas em roedores.

A autoridade de saúde de Bayannur, na Mongólia Interior, impôs restrições na cidade e colocou em quarentena 146 pessoas que tiveram contato com os contaminados. A informação é do portal “India Today“.

Trabalhadores em Must, na província de Khovd, na Mongólia (Foto: UN Photo/Eskinder Debebe)

“Existe o risco de uma epidemia de peste se espalhar nesta cidade. O público deve melhorar sua consciência e capacidade de autoproteção e reportar condições de saúde anormais”, disse.

Em novembro de 2019, autoridades de Beijing informaram que duas pessoas na mesma região tiveram peste pneumônica, outra forma causada pela mesma bactéria, segundo o jornal norte-americano “The New York Times”.

A OMS (Organização Mundial da Saúde) têm monitorado os casos e trabalha em conjunto com as autoridades dos dois países. A porta-voz da OMS Margaret Harris, informou à AFP que a agência está “analisando os números dos casos” e “não os consideram de alto risco”.

Casos raros de peste bubônica também já foram relatados nos Estados Unidos, às vezes associados a cães da pradaria. Em 2019, a prefeitura de São Gonçalo, no Rio de Janeiro, também relatou uma contaminação pela doença.

Praga medieval

A peste bubônica é uma doença altamente infecciosa causada pela bactéria Yersinia pestis. É transmitida para roedores por pulgas infectadas e aos humanos ao consumirem os animais ou terem contato com eles.

Na Idade Média, causou uma das maiores epidemias no mundo, que matou cerca de 50 milhões de pessoas na África, Ásia e Europa. Em 1665, em Londres, ceifou quase um quinto da população britânica. Na Ásia, mais de 12 milhões morreram em surtos até o final do século 19.

Hoje, a doença é tratada com antibióticos e tem baixa mortalidade. Nos últimos anos, alguns casos foram registrados, mas médicos e cientistas descartam uma epidemia.

“Ao contrário do século 14, agora sabemos como essa doença é transmitida e temos antibióticos eficazes”, disse a especialista doenças infecciosas Shanti Kappagoda, da Stanford Health Care, ao site de notícias Heathline, citado pela BBC.

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