Com a chegada da temporada de monções no sudeste da Ásia, cerca de um terço do território de Bangladesh, a leste da Índia, já está debaixo d’água. A informação é do jornal “Straits Times“, de Singapura. Já são ao menos 50 mortos e 15 mil desabrigados.
O período de monções, entre julho e setembro, deve ser em 2020 o pior em uma década. A avaliação é do diretor do centro de previsão e controle de enchentes local, Arifuzzaman Bhuiyan, à agência AFP. As cheias podem chegar a inundar 40% do território, estimou o especialista.
Áreas mais baixas do país devem enfrentar enchentes fortes, de um mês de duração. O cálculo foi divulgado e relatório desta terça (13), da Cruz Vermelha.
As chuvas já encheram os dois principais rios que abastecem o país, o Brahmaputra, cujo nível já chega 40 cm acima do normal, e o Ganges.
Operação de socorro
O boletim aponta que o governo está montando abrigos para famílias cujas casas forem submersas. Também há kits de alimentação para adultos, crianças e animais, além de sacos de arroz e quantias em dinheiro para distribuir à população afetada.
O país ainda se recupera do ciclone Amphan, em maio, que deixou ao menos 2,4 milhões de desabrigados.
O período de monções é fundamental para a economia bengali e de outros países da região. Auxilia, por exemplo, a produtividade da colheita do arroz, base da alimentação da Ásia e que depende de alta umidade.
Para conter os efeitos simultâneos do período de monções, do ciclone e da crise gerada pelo novo coronavírus, o Banco Mundial havia concedido US$ 1 bilhão ao país em junho deste ano.
Entre os projetos previstos estão investimentos em empreendedorismo e sistemas de governança digital, além da criação de empregos para populações vulneráveis no país, incluindo mulheres e jovens.