Coreia do Norte anuncia avanços com míssil hipersônico que poderia atacar os EUA

Motor de combustível sólido foi testado com sucesso. Se concluída, a nova arma seria capaz de atingir o território de Guam

O governo da Coreia do Norte afirmou na quarta-feira (20), através de sua mídia estatal, que foram bem-sucedidos os mais recentes testes para viabilizar a futura construção de um míssil hipersônico que seria capaz de atingir o território dos EUA. As informações são da rede Fox News.

O teste, no caso, foi do motor com combustível sólido que seria usado no futuro artefato. O objetivo é criar uma arma com alcance intermediário, que poderia, por exemplo, atingir o território insular norte-americano de Guam, no Pacífico, onde existem bases militares norte-americanas.

De acordo com a agência estatal de notícias KCNA, o líder norte-coreano Kim Jong-un “dirigiu o teste no local juntamente com os principais responsáveis ​​do setor de desenvolvimento de mísseis.” Embora tenha estabelecido um cronograma para concluir a construção da arma, Pyongyang não relevou o prazo.

“O valor estratégico militar deste sistema de armas é tão importante quanto o ICBM (míssil balístico intercontinental”, tendo em conta o ambiente de segurança do nosso Estado e as necessidades operacionais do Exército Popular” e que os inimigos sabem melhor sobre ele”, disse o governo norte-coreano.

Desfile militar exibe míssil balístico da Coreia do Norte (Foto: WikiCommons)
EUA em desvantagem

Enquanto os mísseis balísticos convencionais voam em trajetória regular, os hipersônicos são mais velozes e podem mudar de direção antes de atingir o alvo, o que dificulta bastante a missão de sistemas de defesa antiaérea como o norte-americano Patriot. Isso daria a Pyongyang uma arma decisiva em um eventual conflito com Washington.

Nessa área, por sinal, os EUA estão em desvantagem. Embora o armamento venha sendo desenvolvido pelos norte-americanos, ainda não está à disposição de suas Forças Armadas. Nesse campo, os líderes globais são China e Rússia, sendo que Moscou foi o único país até hoje a de fato usar o artefato em situação de combate, na guerra da Ucrânia.

É a China, porém, quem está na dianteira. O país tem atualmente 73% de toda a pesquisa global de alto impacto no setor de mísseis hipersônicos, superando não apenas os EUA, mas a soma dos nove países que aparecem depois dela no ranking. A Coreia do Norte também alega ter testado com sucesso a arma.

“Embora China e Rússia tenham realizado numerosos testes bem-sucedidos de armas hipersônicas e provavelmente tenham colocado em campo sistemas operacionais, a China está liderando a Rússia tanto no suporte à infraestrutura quanto no número de sistemas”, disse em março de 2023 Paul Freisthler, cientista-chefe da Agência de Inteligência de Defesa dos EUA, segundo a rede Voice of America (VOA).

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