Nesta segunda-feira (25), a Coreia do Norte, por meio de um veículo estatal, insultou o presidente da Coreia do Sul, Yoon Suk Yeol, chamando-o de “idiota diplomático”, em meio ao aumento das tensões entre os vizinhos conforme Seul fortalece sua aliança com os Estados Unidos. As informações são da rede Radio Free Asia.
Em editorial, a Agência Central de Notícias da Coreia do Norte (KCNA) declarou que ninguém no mundo levaria a sério os ataques de Yeol, a quem chamou de “fantoche traidor”. O líder do Sul também foi rotulado como “político inexperiente”, “idiota diplomático” e “incompetente”, por não entender o básico de política e relações internacionais e ter se tornado subserviente a Washington.
As fortes críticas surgiram depois que Yeol fez um alerta à Coreia do Norte e à Rússia durante discurso na Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) na semana passada, afirmando que Seul e seus aliados responderiam juntos se os dois Estados autoritários continuassem sua cooperação militar.
Recentemente, o presidente russo, Vladimir Putin, ofereceu ajuda ao líder norte-coreano, Kim Jong-un, para melhorar sua tecnologia de “satélite”, durante um encontro no extremo oriente russo. O acordo gera preocupação no Ocidente, já que tal inovação pode ser usada tanto para lançar satélites quanto mísseis.
Pyongyang defendeu sua cooperação com a Rússia, repreendendo as declarações de Yeol. Também afirmou que o líder do país vizinho não entende a importância do fortalecimento das relações amigáveis entre a Coreia do Norte e a Rússia.
Xi em Seul
Enquanto a Coreia do Norte gasta sua munição de críticas contra os rivais históricos, o líder chinês, Xi Jinping, teve agenda com o primeiro-ministro sul-coreano, Han Duck-soo, em Hangzhou, no sábado (23). Durante a reunião, Xi mencionou que consideraria uma possível visita à Coreia do Sul.
Beijing enfrenta um dilema ao tentar melhorar suas relações com o regime de Kim e com o mundo democrático. Reforçar laços políticos e militares com a Coreia do Norte e a Rússia pode fortalecer sua segurança em meio à rivalidade com os EUA, mas também pode prejudicar seus esforços para manter relações com Washington e seus aliados, especialmente no âmbito econômico, onde o acesso aos mercados internacionais e investimentos estrangeiros é crucial para evitar uma piora em sua economia.
Ao mesmo tempo, Moscou busca reduzir seus riscos políticos e planeja enviar seu vice-ministro das Relações Exteriores, Andrey Rudenko, à Coreia do Sul, para discutir a recente visita de Kim à Rússia. Essa visita russa pode ser vista como um esforço diplomático para equilibrar suas relações com Seul.