Uma explosão nesta quinta-feira (12) deixou uma pessoa morta e pelo menos 13 feridas no Paquistão. O suposto ataque, ainda não esclarecido pelas autoridades locais, ocorreu em um movimentado mercado na cidade portuária de Karachi. A maioria das vítimas são civis, segundo a rede Gandhara.

Em entrevista à emissora paquistanesa Geo News, o vice-inspetor-geral da polícia, Sharjeel Karan, disse que a inteligência não apresentou nenhum alerta prévio sobre o incidente.

Os primeiros relatos davam conta de que a explosão ocorreu próxima a um automóvel na movimentada Sadar Bazaar, área comercial mais populosa de Karachi e que reúne um grande número de mercados e lojas.

Por que isso importa?

O Paquistão tem dois focos de violência atualmente: o Tehrik-e Taliban Pakistan (TTP), popularmente conhecido como Taleban do Paquistão, que vem negociando uma segunda trégua com Islamabad, e os separatistas do Baluchistão, que têm como alvo agentes de segurança e cidadãos chineses. Ainda não se sabe se algum dos dois teve relação com a explosão desta quinta (12).

O governo do Paquistão alega que controla os insurgentes no Baluchistão, que faz fronteira com Irã e Afeganistão. Mas a verdade é que os ataques a militares têm aumentado.

No dia 26 de abril, três cidadãos chineses e seu motorista paquistanês foram mortos em um ataque suicida reivindicado pelos insurgentes, que lutam por maior autonomia do Baluchistão em relação a Islamabad. Paralelamente, contestam o aumento da influência de Beijing e a forte presença de empresas chinesas no território balúchi.

Com relação ao TTP, o governo paquistanês aproveitou sua proximidade com os talibãs do Afeganistão para iniciar negociações. Eles chegaram a firmar um acordo de cessar-fogo em 2021, trégua que foi interrompida em dezembro, exatamente um mês após ter sido iniciada.

Agora, há uma nova aproximação em andamento, iniciada após a entrega de dois altos comandantes do TTP ao Taleban afegão, aliado de longa data de Islamabad.

Os indivíduos entregues ao Taleban na segunda-feira (9) agora ficarão com custódia, segundo a rede Gandhara. A medida fortaleceu a confiança e motivou o TTP a um acordo de cessar-fogo temporário iniciado na terça (10) e que deve se estender até domingo (15).

Os dois comandantes devem ser libertados pelo Taleban afegão assim que o TTP aceitar um cessar-fogo permanente com Islamabad, disse uma fonte a par das negociações.