Quase três bilhões de animais foram mortos ou deslocados durante a temporada de incêndios na Austrália, indica relatório encomendado pela organização ambiental WWF.
Um levantamento do jornal britânico “The Guardian” apontou que foram cerca de 143 milhões de mamíferos, 180 milhões de aves, 51 milhões de sapos e 2,5 bilhões de répteis prejudicados no país.
De acordo com o documento, nem todos os animais foram mortos pelas chamas ou calor. Mesmo que tenham resistido ao primeiro impacto, eles morreram pela fome, desidratação e predação por animais selvagens – sobretudo gatos.
O relatório ainda não está completo, mas já sugere que o volume vai muito além da estimativa anterior de mais de um bilhão de animais mortos.
Esta é considerada a maior perda de habitat para espécies ameaçadas e devastação de comunidades ecológicas da história pós-colonial.
Como consequência, 49 espécies nativas atualmente não listadas como ameaças podem estar em risco, assim como 471 culturas de plantas e 191 espécies de invertebrados.
Impactos além da morte de coalas
Segundo Chris Dickman, professor e membro da Academia Australiana de Ciência, o impacto das queimadas ultrapassa a perda de coalas, popularizada após o início dos incêndios.
Muitos dos répteis afetados eram de pequenas espécies, como os escindídios, que vivem em densidades de mais de 1,5 mil indivíduos por hectare.