Índia espera terceira onda de Covid-19 e teme que crianças sejam mais atingidas

Grupo de especialistas sugere que os indianos reservem para crianças e adolescentes ao menos 10% dos leitos hospitalares

Prestes a atingir os 30 milhões de casos de Covid-19, a Índia já se prepara para uma terceira onda da doença. E teme que uma parcela maior das vítimas do novo coronavírus seja de crianças e adolescentes, segundo o The New Indian Express

Um grupo de especialistas da revista Lancet sugere que os indianos reservem para crianças e adolescentes ao menos 10% dos leitos hospitalares dedicados a combater a Covid-19. Paralelamente, os médicos pedem urgência nas medidas para começar a vacinação de menores de idade. 

Mãe cuida de bebê recém-nascido na cidade de Sanjeli, Índia, em junho de 2020 (Foto: Unicef/Vinay Panjwani)

De acordo com um relatório emitido pela entidade, as crianças devem continuar a ser menos atingidas que os adultos em números absolutos na pandemia. Porém, a porcentagem de leitos pediátricos precisa aumentar, já que a vacinação deve proteger uma parcela cada vez maior de adultos. 

“Recomendamos uma maior abordagem de risco, dando prioridade a adolescentes e crianças com comorbidades”, diz o relatório, que cita inclusive leitos de UTI entre os necessários. 

Os médicos alertam, ainda, para os casos de Síndrome Inflamatória Multissistêmica Pediátrica (SIM-P), doença já registrada na Europa em meados de abril em decorrência da Covid-19. Os sintomas mais frequentes são febre persistente, dor abdominal, conjuntivite, erupções cutâneas e hipotensão.

Desnutrição 

No Estado indiano de Karnataka, não é só a doença em si que preocupa os especialistas. É o aumento dos casos de desnutrição de crianças, em função da crise econômica que acompanha a pandemia. Já foram registrados neste ano cerca de 400 mil casos de crianças moderadamente abaixo do peso. 

No distrito de Kalaburagi, um grupo de médicos foi formado para debater a situação. “Vamos aumentar o número de leitos pediátricos nos três maiores hospitais da cidade”, disse o médico Sharanabasappa Ganajalkhed ao The New Indian Express

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