Um erro de coordenadas cometido por um piloto da Força Aérea da Coreia do Sul levou dois caças KF-16 a lançarem bombas acidentalmente em uma área civil durante um exercício militar conjunto com os EUA na quinta-feira (6), ferindo pelo menos 15 pessoas e causando destruição de casas e infraestruturas. As informações são da rede Radio Free Asia (RFA).

O incidente ocorreu perto da cidade de Pocheon, a cerca de 25 quilômetros da fronteira com a Coreia do Norte. De acordo com a Força Aérea sul-coreana, os jatos transportavam quatro bombas MK-82 cada, que deveriam ser lançadas em um campo de treinamento militar, mas foram despejadas fora da zona de segurança.

“Foi confirmado, por meio da declaração do piloto e outras fontes, que ele inseriu as coordenadas erradas durante o processo de preparação do voo”, informou um oficial da força aérea em entrevista coletiva.

Os pilotos programam as coordenadas dos alvos antes da decolagem e, ao entrarem na aeronave, transferem essas informações para o sistema do caça. Esse processo inclui uma verificação em três etapas para garantir a precisão dos alvos. No entanto, o erro de um piloto levou ao lançamento equivocado das bombas, já que o outro jato seguiu a mesma referência incorreta.

Equipes de emergência relataram que dois civis sofreram ferimentos graves no rosto e ombro, mas sem risco de morte. Outras vítimas com lesões menores foram encaminhadas para hospitais locais, e autoridades estimam que o número de feridos possa aumentar conforme mais pessoas busquem atendimento médico. Cerca de 50 moradores tiveram que ser evacuados para um centro comunitário na região.

As explosões resultaram na destruição de duas casas e danos generalizados na área. A bomba MK-82, de uso comum para ataques a edificações e pontes, tem um raio letal equivalente ao tamanho de um campo de futebol. Por não ser um artefato guiado, sua liberação depende exclusivamente da operação do piloto, seguindo orientações de controle em solo.

A Coreia do Sul e os Estados Unidos realizavam exercícios militares conjuntos com mais de 160 equipamentos, incluindo tanques K2, obuseiros K55A1, helicópteros Apache e caças F-35A. As manobras ocorrem anualmente e são frequentemente criticadas pela Coreia do Norte, que as classifica como um ensaio para invasão, enquanto Seul e Washington as defendem como ações de natureza defensiva.

“Pedimos desculpas pelos danos causados aos civis por este lançamento acidental de bombas e desejamos rápida recuperação aos feridos”, declarou a Força Aérea sul-coreana em comunicado oficial. O governo afirmou que tomará as medidas necessárias para compensar os prejuízos causados pelo erro.