Depois que 30 refugiados da etnia rohingya, perseguida em Mianmar, foram encontrados mortos em um barco na Baía de Bengala, após dois meses à deriva no mar, a ACNUDH (Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos) pediu compaixão por aqueles que buscam abrigo.
Além dos mortos, havia 400 pessoas em estado de desnutrição, desidratação e demandando cuidados médicos imediatos. O barco atracou em Bangladesh nesta quinta (16) e os passageiros já estão recebendo ajuda do Acnur (Alto Comissariado da ONU para Refugiados).
O barco havia solicitado permissão para atracar em um porto na Malásia, mas não conseguiu atracar, explicou o porta-voz da ACNUDH Richard Colville.

“Quaisquer que sejam os esforços para combater o tráfico de pessoas, esse deveria ser um momento de compaixão para com pessoas em necessidade desesperada de assistência e proteção”, afirmou.
Há informações de outras embarcações em condições parecidas. A ONU (Organização das Nações Unidas) pede aos países da região que colaborem com esforços de busca e resgate desses refugiados.
Minoria muçulmana
Os rohingyas são muçulmanos e um grupo étnico minoritário em Mianmar (antiga Birmânia), no sudeste da Ásia. Embora vivam nos estados de Rahkine e Chin (oeste), não têm direito à cidadania do país e são perseguidos pelas autoridades locais.
É comum que essas pessoas lotem embarcações com destino ao vizinho Bangladesh. Na última onda de fugas, em agosto de 2017, ao menos 670 mil rohingyas ocuparam campos de refugiados na cidade de Bazar de Cox, no extremo leste do país.