A Coreia do Norte afirmou, nesta quarta-feira (16), que mais de 1,4 milhão de jovens e estudantes se voluntariaram para se alistar ou se reinscrever nas forças armadas, em resposta ao aumento das tensões com a Coreia do Sul. As informações são da Reuters.
Segundo a Agência Central de Notícias da Coreia (KCNA), controlada pelo Estado, “milhões de jovens se uniram à luta nacional para eliminar a escória da ROK (Coreia do Sul), que cometeu uma grave provocação ao violar a soberania” norte-coreana. O relatório mencionou que o aumento no número de voluntários ocorreu nos dias 14 e 15 de outubro.
A campanha de recrutamento ocorre em meio a um aumento das hostilidades entre as Coreias, após a Coreia do Norte acusar a Coreia do Sul de enviar drones sobre seu espaço aéreo em Pyongyang. O líder norte-coreano, Kim Jong-un, realizou uma reunião de segurança na segunda-feira para discutir as supostas incursões, que, segundo Pyongyang, teriam começado em 3 de outubro. Os militares sul-coreanos foram declarados culpados por essas “provocações”.
Em resposta, o regime norte-coreano teria destruído rotas terrestres que conectavam os dois países, aumentando as tensões, enquanto Seul disse não poder confirmar as alegações feitas por Pyongyang.
A KCNA criticou as supostas incursões de drones, acusando a Coreia do Sul de tentar “empurrar a situação para o limite da guerra” e alertando que essas ações poderiam levar à “autodestruição” do Sul. O comunicado reforçou a intenção da Coreia do Norte de “aniquilar” Seul e ameaçou que, se uma guerra começar, o país vizinho “será completamente destruído”.
Segundo o think tank britânico Instituto Internacional de Estudos Estratégicos (IISS), a Coreia do Norte possui 1,28 milhão de soldados ativos e aproximadamente 600 mil reservistas, além de 5,7 milhões de reservistas da Guarda Vermelha Operária e Camponesa, entre outras unidades não armadas.
A Coreia do Sul anunciou na quarta-feira que está colaborando com os EUA, o Japão e outros países parceiros para criar um mecanismo conjunto de monitoramento das sanções da ONU contra a Coreia do Norte. Essa ação vem após o recente veto da Rússia à renovação do mandato de um painel das Nações Unidas responsável por supervisionar o cumprimento dessas sanções por Pyongyang.
A informações surge num contexto em que a Coreia do Norte, na terça-feira, explodia partes das estradas intercoreanas em seu lado da fronteira, destruindo um antigo objetivo de unificação. O Ministério da Unificação da Coreia do Sul, responsável por questões transfronteiriças, condenou a ação, classificando-a como “altamente anormal”.