Pyongyang decreta bloqueio contra “doenças respiratórias” e “crise mundial de saúde”

Sem usar o nome da Covid-19, Coreia do Norte determina que cidadãos permaneçam dentro de casa ao menos até domingo

A Coreia do Norte impôs um bloqueio de cinco dias na capital do país, Pyongyang, nesta quarta-feira (25). Sem citar nominalmente a Covid-19, o governo declarou que a medida é uma forma de combater a gripe sazonal e outras “doenças respiratórias”, em meio à “crise mundial de saúde que se agrava a cada dia”.

A informação foi divulgada em primeira mão pela agência de notícias sul-coreana NK News, segundo a qual os cidadãos de Pyongyang devem permanecer em suas casas e passar por checagens obrigatórias de temperatura corporal.

Antes da confirmação do bloqueio, cidadãos da capital já haviam começado a armazenar alimentos e outros artigos em casa, num sinal de que foram alertados antecipadamente da decisão do governo. Não está claro, porém, se a medida se estende a outras cidades do país.

Rua de Pyongyang, capital da Coreia do Norte (Foto: Unicef/Jeremy Horner)

Mais tarde, a embaixada da Rússia na capital norte-coreana postou aviso semelhante nas redes sociais, de acordo com a rede Voice of America (VOA). O texto diz que um “período antiepidêmico especial” foi declarado em Pyongyang devido ao aumento dos casos de gripe sazonal e “outras doenças respiratórias”.

De acordo com o comunicado divulgado por Moscou, a ordem para as pessoas permaneceram trancadas vai até domingo (29), com a possibilidade de ampliação por mais três dias caso necessário.

Oficialmente, a questão foi abordada nesta quarta (25) pela agência de notícias estatal KCNA. Em seu site, o veículo afirmou que “os esforços foram redobrados para efetivamente controlar e conter o surto e a disseminação de doenças infecciosas, aumentando constantemente a eficiência do trabalho antiepidêmico”.

Sem citar o bloqueio, a KCNA afirmou que “unidades antiepidêmicas de emergência e órgãos preventivos” estabeleceram uma “rotina diária para medir temperaturas e esterilizar as mãos das pessoas em lugares lotados”. Porém, admitiu que o país trabalha para “enfrentar a crise mundial de saúde que se agrava a cada dia”.

Falta de vacinas

Em julho do ano passado, o governo norte-coreano já havia omitido o nome da doença ao citar um surto de “febre” que atingiu cerca de 4,77 milhões de pessoas. Apesar da explosão de casos, em uma população de 25 milhões quase totalmente não vacinada, o país havia reportado na ocasião apenas 68 mortes.

Em um primeiro momento, o governo norte-coreano rejeitou todas as ofertas de doações estrangeiras de vacinas contra a Covid-19. Até então, a informação era de que apenas membros do exército e pessoas próximas aos líderes do regime teriam sido inoculadas com vacinas chinesas.

Mais recentemente, em setembro de 2022, a Coreia do Norte deu a entender que uma campanha de vacinação contra a Covid-19 começaria em breve. Porém, como é praxe no fechado país asiático, não foram fornecidos mais detalhes ou novas atualizações sobre a situação.

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