O aumento dos casos de doenças respiratórias na China levou o governo local a retomar a prática de realizar testes frequentes de Covid-19 em hospitais e no transporte público, uma prática que era comum sobretudo no auge da pandemia. As informações são da rede Radio Free Asia (RFA).
O alerta de saúde atual ocorre devido ao aumento de internações sobretudo de crianças, o que gerou inevitavelmente questionamentos a respeito de uma possível nova onda de infecções pelo coronavírus.
Beijing alegou inicialmente que a situação não estaria atrelada à doença que matou quase sete milhões de pessoas em todo o mundo. A explicação oficial era a de que os causadores seriam patógenos conhecidos, como gripe e infecções bacterianas comuns que afetam especialmente crianças, incluindo a pneumonia por micoplasma.
Agora, entretanto, o governo já admite que uma nova onda de Covid-19 faz parte do pacote, o que levou à determinação para que os testes fossem retomados. Outro indício de que a doença voltou a preocupar é a retomada do uso de um aplicativo de rastreamento do coronavírus, revelada em uma reportagem mais tarde censurada na China.
Como acontecia no auge da pandemia, a falta de informações oficiais por parte do governo gera especulação entre os cidadãos, que temem acima de tudo a volta dos radicais bloqueios impostos no país durante a política “Zero Covid“, derrubados somente no final de 2022.
A Covid-19 também foi citada em um comunicado oficial enviado a escolas na segunda-feira (4), o qual alertava para as “doenças de inverno” e incluía o coronavírus entre a ameaças, mesmo não sendo um problema sazonal.
“De acordo com a decisão dos departamentos de saúde e de controle de doenças, a pandemia global da Covid-19 ainda está em curso, e o vírus da Covid-19 ainda está em mutação”, diz o texto. “Neste inverno e na próxima primavera, poderemos enfrentar epidemias sobrepostas de múltiplas doenças respiratórias.”
O Conselho de Estado, principal órgão administrativo da China, liderado pelo primeiro-ministro, também destacou em documento recente a necessidade de “prevenir e controlar novas infecções de Covid-19.”
A OMS (Organização Mundial de Saúde) se manifestou oficialmente sobre o alerta de saúda na China pela última vez em 22 de novembro e também reclamou da falta de informações por parte de Beijing, dizendo que pediu mais dados ao governo.
Globalmente, a Covid-19 também vem sendo debatida com maior ênfase, com as atenções voltadas a novas variantes e sublinhagens que têm circulado, como a JN.1. Foi, inclusive, relatado um aumento de casos nos Estados Unidos, segundo o The Wall Street Journal (WSJ).