O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky denunciou no último sábado (14) que, após confrontos na região russa de Kursk, as forças do Kremlin estariam queimando os rostos dos combatentes mortos para ocultar suas identidades. As informações são da rede Radio Free Asia.
Um vídeo divulgado pelo líder ucraniano em seu canal oficial no Telegram mostra o que seria um grupo de indivíduos queimando um corpo em uma encosta coberta de neve. “Os russos tentam esconder os rostos dos soldados norte-coreanos mesmo após suas mortes”, diz a legenda do vídeo, cuja autenticidade não pôde ser verificada de forma independente.
“Não há razão para coreanos morrerem por Putin. Mesmo após suas mortes, a Rússia apenas os humilha. Essa insanidade precisa parar”, afirmou Zelensky.
Embora a Rússia e a Coreia do Norte não tenham confirmado a presença de soldados norte-coreanos no front, fontes do Pentágono indicam que há “evidências claras” de mortos e feridos provenientes da fechada nação asiática na região de Kursk, onde, segundo blogueiros militares, tropas norte-coreanas teriam assumido papel ativo. Autoridades sul-coreanas também afirmam que informações preliminares sugerem a veracidade das acusações feitas por Zelensky.

Estima-se que a Coreia do Norte tenha mobilizado cerca de 11 mil soldados para apoiar a Rússia, com oito mil desses combatentes posicionados na região de Kursk. Apesar de pertencerem à elite militar do país, conhecidos como “Boinas Negras”, especialistas avaliam que os soldados enviados não representam os melhores efetivos do regime de Kim Jong-un. O número, segundo Dmytro Ponomarenko, embaixador da Ucrânia na Coreia do Sul, pode crescer para 15 mil nos próximos meses. Apesar das informações, tanto Moscou quanto Pyongyang se abstiveram de confirmar a presença de tropas norte-coreanas em território russo.
Em resposta à crescente cooperação militar entre Moscou e Pyongyang, a Coreia do Sul anunciou na terça-feira (17) sanções contra três altos oficiais militares norte-coreanos e um engenheiro de mísseis. Os alvos incluem Kim Yong Bok, vice-chefe do Estado-Maior do Exército Popular da Coreia, e Ri Pong-chun, apontado como líder das tropas especiais enviadas à Rússia.
Além disso, sete indivíduos e 15 entidades russas também foram sancionados por cooperação ilegal com a Coreia do Norte, incluindo atividades que violam resoluções do Conselho de Segurança da ONU (Organização das Nações Unidas). As sanções abrangem financiamentos, fornecimento de equipamentos militares e transporte de armas para apoio à guerra.
O governo dos Estados Unidos já havia adotado medidas semelhantes, ampliando a pressão sobre Pyongyang e Moscou.