Comércio global fecha semestre no negativo, mas deve atingir recorde em 2022

Comércio de bens deve totalizar quase US$ 25 trilhões em 2022, e o comércio de serviços deve fechar em quase US$ 7 trilhões

O comércio global deve atingir um nível recorde de cerca de US$ 32 trilhões em 2022, mas o crescimento neste segundo semestre ficou negativo. Uma das razões foi a queda nos preços dos produtos primários, especialmente a energia. As informações foram divulgadas nesta terça-feira pela Conferência das Nações Unidas sobre Comércio e Desenvolvimento (Unctad), com sede em Genebra.

Embora o valor do comércio internacional de mercadorias tenha se estabilizado durante o segundo semestre de 2022, o volume do comércio aumentou durante o terceiro trimestre e a expectativa é de que continue subindo.

O crescimento positivo no volume de vendas do comércio internacional indica resiliência da demanda global. Até agora, o declínio no valor do comércio global limitou-se aos bens. Já o valor dos serviços segue em alta no segundo semestre de 2022.

Neste ano, o comércio de bens deve totalizar quase US$ 25 trilhões, um aumento de cerca de 10% em relação a ano anterior. E o comércio de serviços deve fechar em quase US$ 7 trilhões, um aumento de cerca de 15% em relação a 2021.

Contêineres na doca automática do porto de Qingdao, província de Shandong, China (Foto: news.cn)

As tendências de importação e exportação de algumas das principais economias comerciais do mundo ilustram ainda mais os padrões de crescimento do comércio.

Durante o terceiro trimestre de 2022, com exceção da Rússia, o comércio de mercadorias para todas as principais economias ficou bem acima dos níveis de um ano atrás. No entanto, as taxas trimestrais revelam que essas tendências positivas foram revertidas para a maioria das economias no terceiro trimestre de 2022.

Tendências positivas e incerteza

No comparativo por trimestre em 2022, as importações de bens caíram na China, Índia, Estados Unidos e África do Sul. Exportações foram negativas para Índia, Japão, Coreia do Sul, Rússia, África do Sul e União Europeia (UE).

Em relação aos serviços, apenas a China registrou queda em exportações. Já China, Japão e União Europeia tiveram importações negativas. O Brasil manteve o aumento de bens e serviços tanto para importações quando exportações.

Para a Unctad, embora as perspectivas para 2023 do comércio global permaneçam incertas, fatores negativos parecem superar as tendências positivas.

No segundo semestre de 2022, os preços do comércio internacional de insumos intermediários e bens de consumo comercializados continuaram a crescer, aumentando preocupações com a persistência da inflação global.

Comunicação e produtos farmacêuticos

A Unctad explica que o crescimento substancial do comércio durante o ano passado foi, em grande parte, devido aos aumentos no valor da compra e venda de produtos energéticos.

Apesar do aumento em alguns setores como vestuário, produtos químicos, veículos rodoviários, o valor do comércio no terceiro trimestre de 2022 foi menor do que no terceiro trimestre de 2021 em várias áreas incluindo produtos farmacêuticos, minerais, equipamentos de comunicação e transporte.

Em comparação com o segundo trimestre de 2022, o terceiro trimestre teve um desempenho menor para a maioria dos setores, mas substancialmente maior em vestuário, equipamentos de comunicação e de escritório.

Conteúdo adaptado do material publicado originalmente pela ONU News

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