China e Rússia têm aproveitado a pandemia do novo coronavírus para aumentar sua influência internacional por meio de campanhas de desinformação. A avaliação é de um artigo do think tank norte-americano Brookings.
Durante a crise, avalia o instituto, permanecem os objetivos de diminuir o apelo das instituições democráticas e criar divisões no Ocidente.
A manipulação de informações seria uma das estratégias praticadas pelos dois países. Também tem sido utilizados ciberataques, coerção econômica, subversão social e atividades financeiras suspeitas, segundo a Brookings.
Com mandatários focados na resposta ao novo coronavírus, campanhas de informação russas e chinesas vem se apoiando.

De acordo com oficiais norte-americanos, agentes chineses têm criado contas falsas em redes sociais para divulgar informações falsas, destinadas a criar confusão nos Estados Unidos.
Diplomatas e embaixadores chineses usam o Twitter para ampliar teorias da conspiração sobre a origem do vírus. O número de contas entre esse grupo cresceu 300% desde abril do ano passado.
Indivíduos associados a sites pró-Rússia são os mais retuítados pelos diplomatas chineses e mídias financiadas pelo governo chinês.
Críticas
A China tem feito críticas frequentes aos Estados Unidos e Europa em relação ao combate do novo coronavírus. A embaixada chinesa na França acusou os franceses de não prestarem assistência aos seus cidadãos.
Na ONU, a missão chinesa destacou a saída dos EUA de instituições internacionais. A estratégia seria colocar a China como uma parceira, enquanto pinta a Europa e os EUA como ausentes.
De acordo com a Brookings, há razões para a mudança de comportamento chinesa. Entre elas, está a tentativa de desviar a culpa sobre o início do surto do coronavírus.
Para o Brookings, enquanto as democracias falharem nas punições à desinformação, Rússia e China continuarão virando o jogo a seu favor.