Coronavírus agrava desigualdade salarial entre gêneros, aponta estudo

Mulheres reduzem mais horas de trabalho para cuidar dos filhos do que homens; pesquisa foi feita na Alemanha

A pandemia do coronavírus pode aumentar a desigualdade salarial entre gênero. O motivo é que mais mulheres têm reduzido as horas de trabalho para cuidar dos filhos em função do fechamento das escolas.

Os dados levaram em consideração a situação vivida por 7,6 mil trabalhadores na Alemanha e foi divulgado nesta quinta (14) em um estudo da Fundação Hans Boeckler. As informações são do jornal alemão Der Spiegel.

Em lares com pelo menos um filho menor de 14 anos, 27% das mulheres cortaram suas horas de trabalho. Entre os pais, 16% fizeram o mesmo.

A tendência de redução nas horas de trabalho por parte das mulheres é mais recorrente entre famílias de média e baixa renda, em comparação com as famílias de renda mais elevada.

Os autores especulam que muitas dessas famílias de menor poder aquisitivo não podem abrir mão de parte do salário dos homens. Em muitos casos, o pai ganha mais do que a mãe.

Mulheres ganham em média cerca de 21% menos que os homens na Alemanha, uma das maiores diferenças da União Europeia. Um dos motivos é que muitas mulheres trabalham em tempo parcial, o que diminui a massa salarial feminina pela média.

A pesquisa mostrou ainda que 48% das pessoas vivendo em casas com dois pais e filhos menores de 14 anos classificam a situação na pandemia como “extremamente estressante” ou “muito estressante”.

As escolas e creches na Alemanha suspenderam o funcionamento no dia 17 de março, na tentativa de frear o coronavírus. Até sexta (15), o país tinha 173 mil casos e 7,8 mil mortes. Os dados são da OMS (Organização Mundial da Saúde).

Coronavírus agrava desigualdade salarial entre gêneros, aponta estudo
Pandemia agrava desigualdade salarial entre gêneros na Alemanha, aponta estudo (Foto: Pexels)

Quem cuida

Entre os casais que compartilham as tarefas ligadas aos filhos, 60% continuam agindo da mesma maneira.

Entre os casais entrevistados, em 30% dos casos a mulher tinha mais probabilidade de assumir os cuidados dos filhos.

Em apenas 10% dos casais, o homem seria o responsável pelas necessidades das crianças.

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