O crédito do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento) para o Brasil neste ano dobrou diante da pandemia do novo coronavírus. Serão concedidos ao país cerca de US$ 2,2 bilhões em 2020, segundo informações do jornal “Valor Econômico”.
Antes da crise do novo coronavírus, a estimativa era de que o valor disponibilizado pelo BID caísse para US$ 800 milhões. O banco refez os cálculos e definiu novas prioridades para o ano.
Para América Latina e Caribe, devem ser desembolsados US$ 15 bilhões neste ano. No ano passado, a cifra foi de US$ 8,9 bilhões.
De acordo com as projeções do BID, o Brasil sofrerá duros impactos no PIB (Produto Interno Bruto) deste ano. Em um cenário moderado, a retração seria de 1,9%. No mais pessimista, a queda chegaria a 4,4%.
Já o Banco Mundial fala recessão da ordem de 5% para o país. Antes da pandemia, o crescimento esperado para o PIB brasileiro era de 2,4%, segundo a instituição financeira.
O relatório do BID indica que a recessão no país será um pouco menor que a média para a América Latina e Caribe. Entre os motivos estão o porte da economia e uma menor dependência do Brasil para financiamento externo, pelo menos no setor público.
O banco definiu quatro áreas relacionadas ao coronavírus que têm destaque na política de concessão de financiamentos. A primeira é a de atendimento a populações mais pobres, seguida por projetos ligados à saúde.
O BID destacou ainda uma área destinada à proteção de empresas para que não entrem em processo de inadimplência e possam manter seus funcionários. A última seção está relacionada à política fiscal, baseadas necessidades de recuperação após as medidas tomadas pelo governo para conter a disseminação do vírus.