Dezembro de 2023 fechou com dez mil óbitos por Covid-19, relata OMS

Festas de fim de anos e uma nova variante impulsionaram globalmente a estatística, segundo a agência da ONU

A OMS (Organização Mundial da Saúde) informou na quarta-feira (10) que quase dez mil mortes relacionadas à Covid-19 ocorreram em dezembro no mundo. Houve um aumento de 42% nas internações hospitalares em cerca de 50 países, principalmente na Europa e nas Américas, e um acréscimo de 62% nas entradas em UTIs em comparação com novembro, repercutiu a agência Deutsche Welle (DW).

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, afirmou que, embora dez mil óbitos por mês represente uma estatística bem abaixo em relação ao pico da pandemia – em março de 2021 foram quase 80 mil só no Brasil, segundo o Ministério da Saúde –, “esse número de mortes evitáveis não é aceitável”. A declaração acontece no momento em que a nova variante JN.1 se tornou a mais relatada do coronavírus em todo o mundo.

Tedros afirmou que casos estão aumentando em outros países, embora não reportados, e pediu aos governos vigilância e acesso contínuo a tratamentos. Ele também estimulou as pessoas a se vacinarem, realizarem testes, usarem máscaras quando necessário e garantirem boa ventilação em espaços fechados e cheios.

Profissional da saúde recebe uma das poucas doses da vacina à Covid-19 em Assunção, Paraguai, fevereiro de 2021 (Foto OPAS/OMS/Twitter)

Maria Van Kerkhove, da agência global de saúde para a Covid-19, observou um aumento de doenças respiratórias em todo o mundo, incluindo o coronavírus, gripe, rinovírus e pneumonia. Ela prevê que essas tendências continuem em janeiro, durante os meses de inverno no hemisfério norte.

A OMS declarou o fim da pandemia em maio de 2023, após mais de três anos desde a detecção inicial em Wuhan, na China.

Vírus respiratórios em alta nas Américas, alerta Opas

A Opas (Organização Pan-Americana da Saúde) emitiu na quarta-feira (10) uma atualização epidemiológica destacando o aumento da atividade do SARS-CoV-2, ou coronavírus, e de outros vírus respiratórios nas Américas desde o final de agosto de 2023. A situação é particularmente significativa no Brasil, Cone Sul, países andinos e América do Norte, segundo reportagem publicada pela ONU News.

O comunicado traz recomendações para reforçar a vigilância e a resposta dos sistemas de saúde, especialmente diante dos surtos de outras doenças transmissíveis.

Em 2023, foram registrados níveis elevados de doenças respiratórias agudas na região, impulsionados pela presença do SARS-CoV-2, influenza e vírus sincicial respiratório.

A atividade do SARS-CoV-2 permaneceu em níveis intermediários a altos nas últimas quatro semanas epidemiológicas registradas. Na Argentina, houve um aumento percentual de infecções nesse período, enquanto no Brasil a circulação do vírus permanece alta, embora com uma diminuição.

No Chile, a atividade manteve-se muito alta, com casos de gripe ultrapassando o limite epidêmico. No Paraguai, a circulação do coronavírus continua em níveis moderados, seguindo uma tendência de aumento. A infecção respiratória aguda grave está diminuindo para níveis epidêmicos, sendo a maioria dos casos atribuíveis ao SARS-CoV-2.

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