Subvariante JN.1 do novo coronavírus se espalha nos EUA e põe cientistas em alerta

Especialistas temem a capacidade da cepa de driblar vacinas e anticorpos, como ocorreu com a Ômicron durante a pandemia

A variante JN.1 do novo coronavírus é atualmente responsável por cerca de 20% das novas infecções por Covid-19 nos Estados Unidos, conforme estimativa do Centro de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, da sigla em inglês). Ela vem se consolidando como a cepa de maior crescimento e já é dominante no nordeste do país, responsável por cerca de um terço das novas infecções. As informações são da rede CNN.

Devido à rápida propagação, a OMS (Organização Mundial de Saúde) classificou a JN.1 como uma variante de interesse separada, embora avalie como “baixo” o risco adicional para a saúde pública global decorrente da propagação no território norte-americano. Para os cientistas, porém, há algum motivo para preocupação.

A JN.1 tem origem na Pirola (BA.2.86), que se destacou globalmente no verão do Hemisfério Norte, que vai de junho a agosto, devido a mais de 30 alterações em suas proteínas de espícula, que desempenham um papel decisivo na entrada do vírus nas células hospedeiras.

Por conta disso, cientistas estão preocupados com a capacidade que essa variante tem de driblar vacinas e anticorpos contra a Covid-19, situação semelhante à registrada no fim de 2021 com a variante Ômicron, responsável pela quarta onda da pandemia.

O CDC estima que a prevalência da JN.1 mais que dobrou nos EUA entre o final de novembro e meados de dezembro. A variante parece estar recebendo um impulso das viagens de fim de ano e da imunidade em declínio.

Mulher anda com máscara de proteção em rua de Nova York, EUA (Foto: Evan Schneider/UN Photo)

Nesse cenário, a JN.1 está prestes a se tornar a principal variante do coronavírus globalmente em algumas semanas, segundo rastreadores de variantes. A Organização Mundial da Saúde (OMS) a classificou como variante de interesse devido à sua rápida disseminação, mas destacou que o risco adicional à saúde pública é “baixo”.

O biólogo evolutivo da Universidade de Guelph, T. Ryan Gregory, afirmou à reportagem que a JN.1 é altamente competitiva com as variantes existentes e pode se tornar o próximo grupo dominante globalmente, apresentando uma mutação que parece facilitar a evasão da imunidade.

O JN.1 está se espalhando rapidamente em países europeus, como Dinamarca, Espanha, Bélgica, França e Holanda, levando a um aumento nas hospitalizações. Também está se disseminando de forma rápida na Austrália, Ásia e Canadá.

Apesar disso, a vacinação com as vacinas atualizadas contra a Covid-19 oferece proteção eficaz contra essa variante. Uma pesquisa recente da Universidade de Columbia mostra que a vacina atual contra a Covid-19, criada para fortalecer a capacidade do corpo de combater a família de variantes XBB, também oferece boa proteção contra a BA.2.86 e suas variações, incluindo a JN.1.

Nesse novo contexto de ameaça sanitária, os pesquisadores têm reforçado a importância de aplicar amplamente as vacinas atualizadas contra a Covid-19 para proporcionar uma proteção extra à população.

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