Além das consequências do novo coronavírus, a Colômbia enfrenta uma “epidemia de violência” contra representantes da sociedade civil, defensores dos direitos humanos e ex-combatentes das Farc (Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia), segundo informou Carlos Ruiz Massieu, chefe da missão das Nações Unidas na Colômbia, ao Conselho de Segurança nesta terça-feira (14).
Massieu observou que a violência contra esses grupos no país não diminuiu mesmo com a quarentena. Nas últimas semanas foram registradas seis mortes.
“Assim como agentes no país estão se unindo para enfrentar a pandemia, é necessário que acabem também com a epidemia de violência contra líderes sociais, defensores dos direitos humanos e ex-combatentes”, afirmou.
Ações durante a pandemia
Para combater a violência, Massieu aponta medidas estabelecidas no acordo de paz na Colômbia, de 2016, que encerrou cinco décadas de confronto entre o governo e as Farc.
Entre as ações, está o aprimoramento na segurança dos 9,5 mil ex-combatentes das Farc que vivem fora de áreas criadas pela ONU para receber essas pessoas. A medida continuará durante a pandemia.
“As consequências da pandemia tornam ainda mais crucial a atenção dada a ex-combatentes que vivem fora das áreas de acolhimento da ONU, já que eles têm acesso precário a serviços como saneamento básico e água potável”, afirma Massieu.
O chefe da missão da ONU na Colômbia afirmou ainda que a quarentena e outras restrições relacionadas à pandemia trarão desafios ao acordo de paz, mas que é necessário prosseguir implementando as medidas definidas em 2016.
“O Covid-19 está e continuará impactando a execução do acordo de paz e as atividades da missão de verificação [da ONU]. Porém, nós temos a obrigação coletiva de garantir o progresso da implementação. A paz na Colômbia não pode, e não será, uma perda dessa pandemia”, concluiu Massieu.